Trafegando entre buracos no Contorno Sul de Curitiba

Trafegar pelo Contorno Sul de Curitiba vem exigindo cuidado redobrado dos motoristas por conta dos buracos na pista. O trecho entre o entroncamento com a BR-277 até as proximidades da entrada do município de Araucária, que corta a Cidade Industrial de Curitiba (CIC), é onde se concentram os principais problemas. O tráfego intenso de caminhões disputa espaço com verdadeiras crateras, tornando a viagem arriscada. O Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), porém, prevê que obras de restauro no trecho não acontecerão antes do ano que vem.

A pista de concreto apresenta reparos feitos com asfalto, um conserto que em pouco tempo resulta na abertura de novos buracos, ainda mais profundos. Os motoristas se viram como podem. É cena comum ver carros e caminhões transitando entre uma pista e outra, tentando evitá-los. O acostamento também acaba virando pista de rolamento para evitar as crateras, transformando uma simples parada em atitude perigosa.

Nos canteiros que beiram a pista, calotas de carros perdidas por causa dos buracos não faltam. Mas o prejuízo é maior mesmo para os caminhoneiros, que, ao se depararem com os buracos, não conseguem segurar o peso dos veículos a tempo de evitar passar sobre eles. É o caso de Ângelo Pivari, motorista de Astorga, no noroeste do Estado, que teve o eixo do caminhão quebrado ao passar pelo contorno. ?Tive de dormir dentro do caminhão esperando para consertá-lo. Fora o medo de assalto, ainda tive de encarar o perigo de ficar ao lado de uma rodovia como esta?, desabafa.

A carga que levava só ia chegar ao destino com quase dois dias de atraso. ?E o prejuízo só com o caminhão vai ser de pelo menos R$ 1 mil?, contabiliza. Assim como ele, o caminhoneiro Paulo Henrique Manika, que trafega constantemente pelo local, atesta a situação precária da pista. ?A gente tem que fazer malabarismo pra passar por aqui. Roda torta, pneu estourado, isso tudo é comum?, diz. Segundo ele, o problema só vem piorando ao longo dos anos.

Reparos no trecho só em 2009

A assessoria de imprensa do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit) explica que obras de restauro não serão feitas antes de 2009 no Contorno Sul.

O problema está atrelado a dois fatores: o primeiro é que, desde 2006, o Dnit possui contrato de conservação do contorno com uma construtora, porém, as verbas formalizadas não permitem obras de restauro. Enquanto isso, o departamento atesta que a empresa vem cobrindo os buracos periodicamente com asfalto, como medida de conservação, embora o tráfego pesado dê conta de abri-los novamente em pouco tempo. O segundo motivo é que, quando formalizados esses contratos, contemplavam também o contorno leste, agora nas mãos da iniciativa privada. A assessoria explica que, em função dessa ?amarra?, depende do Tribunal de Contas da União (TCU) liberar mais recursos para obras no contorno sul, envolvendo problemas de ordem burocrática.

No entanto, o Dnit atesta que já pensou em um projeto de restauração para o contorno e diz aguardar autorização de Brasília para licitá-lo. Na melhor das hipóteses, o projeto deve ficar pronto até o final deste ano para posterior licitação das obras daí a demora até o ano que vem.

O projeto, segundo o Dnit, inclui não apenas restauro da rodovia, mas também melhorias nas vias laterais e instalação de iluminação na região do contorno.

Voltar ao topo