Temporal castiga Fazendinha

A forte chuva no fim da tarde deste sábado causou estragos na Fazendinha. Moradores chegaram a ter suas casas alagadas, perdendo móveis, aparelhos eletrônicos e colchões. Na Rua Município de Enéas Marques, que fica atrás da subestação Barigüi da Copel, a água atingiu mais de um metro de altura em algumas casas. Os moradores acreditam que a enchente, nunca vista antes no local, tem relação com a construção do muro cercando a unidade que, de acordo com a comunidade, teria formado uma espécie de represa e jorrado água para a rua.

?Ficou mais de um metro de água dentro de casa. A gente perdeu guarda-roupa, o armário da cozinha, sofá. Essa rua virou um mar?, contou o morador José Lima. Era meia-noite e a família ainda estava na rua, porque a água começou a baixar somente por volta das 2h da madrugada. ?Depois que construíram o muro, há quase um mês, foi a primeira chuva forte. Acho que não fizeram drenagem ou canalização, porque embaixo dele parecia um chafariz. A água veio com tudo e os bueiros não agüentaram?, relata o filho de seu José, Wilson Soares, que teve uma noite de muita preocupação e nem um pouco de conforto: ?Tive que dormir com os pés na água?, lembra.

Perdas

Um pouco mais à frente, assim como eles, o vizinho Valdemir Marques tentava secar, na rua, os móveis e objetos que tinha esperança de recuperar. ?Fomos dormir no vizinho, aqui não tinha como?, diz. Na rua detrás, a Professor Theodócio Jorge Aterino, os prejuízos não foram menores. É que os moradores da Rua Eneas Marques tiveram de fazer buracos nos fundos das casas para que a água escoasse para outro local, já que a disposição dos terrenos não permite a saída da enxurrada. ?Os bombeiros disseram para fazer os buracos, se não a estrutura da casa não ia agüentar?, explica Wilson Soares. Com isso, a dona Eunice Aparecida de Oliveira, na rua detrás, também teve sua casa atingida. ?Estragou CDs, videogame, revistas. Meus móveis estão todos encharcados. A gente ficou até as 4h da manhã tentando tirar a água?, lamenta. Prejuízos que a vizinha dela, Iracema Maria Rios, também amargou. Na confusão, uma pessoa se machucou ao pisar num bueiro encoberto pela água e teve de ser levada ao hospital pelo Siate.

A reportagem tentou contatar a Copel, ontem, mas, por causa do fim de semana, não encontrou ninguém para comentar as acusações dos moradores.

Voltar ao topo