Suspensos pedidos de benefício em Ponta Grossa

A falta de pessoal provocou ontem a suspensão do atendimento de pedidos de seguro-desemprego na Agência do Trabalhador em Ponta Grossa, região dos Campos Gerais. Os três funcionários que faziam o atendimento para cerca de 150 pessoas que vão à agência diariamente se afastaram devido ao recebimento do aviso prévio. Eles eram terceirizados da empresa Rosch e recebiam salários por meio da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social (Setp), que pôs fim ao acordo que garantia a presença deles na agência.

Segundo o gerente da regional de Ponta Grossa, Antônio Laroca Neto, o comunicado do aviso prévio chegou na última segunda-feira, mas como os funcionários não receberam os salários no último mês, largaram os postos. ?Não temos como repor esses funcionários, pois o município já mantém os outros 19 que trabalham no local. É uma irresponsabilidade do governo do Estado demitir esse pessoal, já que quebraram o acordo de cooperação?, diz. Ele lembra que o município já está trabalhando com orçamento no limite e que Ponta Grossa atende mais nove municípios da região. ?Quem está pagando é o povo e por culpa do poder público?, admite, já que se trata de um desentendimento entre os governos estadual e municipal. O governo federal também tem a parcela de responsabilidade, já que operou um corte orçamentário que era destinado à Setp.

A redução do repasse federal em 50% foi um dos motivadores da quebra do acordo de cooperação, mas não o único. Segundo o secretário do Trabalho, Emerson Nerone, o contrato que autorizava a contratação dos três funcionários terceirizados com a responsabilidade salarial para o governo do Estado já havia sido revisado. ?Ele foi assinado pelo governo anterior, em 2000, em um período de expansão, e beneficiava apenas 21 municípios. Entendemos que se os outros arcam com os custos, todos podem arcar. Nós realmente não temos mais como colaborar?, diz. O secretário ressaltou ainda que continua sob responsabilidade do Estado o fornecimento da estrutura física e capacitação de pessoal às agências de todo o Paraná. ?Nós podemos capacitar um profissional em dois dias. O pessoal em Ponta Grossa já havia sido avisado e só agora, que as demissões foram efetivadas, eles se manifestam para chamar a atenção. Todos os outros municípios se adequaram e tiveram suas agências trabalhando normalmente?, diz. Irredutível, o Estado já cancelou o contrato e não pretende mais arcar com a despesa e enquanto a Prefeitura de Ponta Grossa não tomar a dianteira e contratar os profissionais. Com isso, a população do municípios da região segue sem atendimento nos pedidos de seguro-desemprego.

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