Superlotação obriga Hospital Cajuru a recusar atendimentos

O grande fluxo de pacientes deixou o Hospital Universitário do Cajuru, em Curitiba, superlotado ontem.

Pela manhã, havia 44 pacientes no pronto-socorro (PS), número que havia reduzido para 30 durante a tarde.

A capacidade máxima é para 20 pessoas. O Cajuru teve que solicitar aos serviços do Siate e do Samu que redirecionassem os atendimentos para outros hospitais.

Regiane dos Santos era uma das pacientes que não agüentava mais esperar pelo atendimento no corredor. ?Estou sentindo uma dor de cabeça muito forte e cheguei aqui às 9h. Depois de fazer a tomografia e ser medicada, nenhum médico parou para me liberar ou dar um encaminhamento?, reclamou.

Foto: Chuniti Kawamura

Com salas lotadas, atendimentos tiveram de ser redirecionados.

Segundo o gerente dos Serviços de Emergência do Cajuru, Vinícius Filipak, a média de internação acaba sendo sempre maior que a capacidade, em torno de 30 pacientes diários. No PS, são feitos 6 mil atendimentos mensais.

?Para fazer novas internações, é preciso que os pacientes da enfermaria tenham alta. E a gravidade dos pacientes que chegam hoje é bem maior que a de cinco anos atrás. Quem está em estado menos grave acaba esperando?, admitiu.

Nos fins de semana, o Cajuru chega a ter picos de 35 a 40 pacientes e cerca de 40% vêm da Região Metropolitana de Curitiba.

Os problemas não se resolvem por falta de financiamento, de acordo com Filipak. Para ele, não adianta aumentar o número de leitos se os recursos humanos, materiais e equipamentos do hospital permanecem os mesmos. As 20 vagas atuais do Cajuru já fazem parte da ampliação do PS que está sendo finalizada e, mesmo assim, são insuficientes.

Filipak afirmou que a superlotação de ontem foi uma situação excepcional. Mas há relatos de problemas anteriores, como o de Francisco Mosimann da Silva, que conseguiu contar 25 macas no corredor do Cajuru na semana passada, enquanto procurava informações de um parente. ?Não critico as pessoas, que dentro da limitação fazem o possível, mas falta equipamento, espaço e mais profissionais?, disse.

O rápido atendimento provoca erros, como o que aconteceu com a auxiliar administrativa Manoela da Silva. Na última quinta-feira, ela e o namorado sofreram um acidente de moto e deram entrada no pré-atendimento às 19h50. ?O raio-X foi feito quase à 1h da manhã e na perna errada. Me liberaram às 3h dizendo que estava tudo bem, mas em casa a dor não parou. No outro dia, fui a uma clínica de fraturas que constatou que eu tinha fraturado o joelho?, relatou.

Evangélico

Problema de superlotação no Hospital Universitário Evangélico de Curitiba também foi divulgado ontem pela rádio CBN Curitiba. O Evangélico se recusou a esclarecer a situação para a reportagem de O Estado, com a justificativa de que a situação seria apresentada à imprensa hoje.

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