Stephanes diz a cooperativistas que solucionar dívidas é prioridade da pasta

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, disse nesta segunda-feira (3) às lideranças cooperativistas do Paraná que o momento é de otimismo para a agricultura brasileira.

?As perspectivas são positivas, principalmente em função da elevação da renda em países que importam do Brasil, gerando com isso um aumento na demanda por produtos nacionais, com destaque para o aspecto de preços e mercado, que vivem um bom momento?, afirmou o ministro no Fórum dos Presidentes das Cooperativas Agropecuárias e de Crédito do Paraná, promovido pelo Sistema Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

Ele ressaltou, no entanto, que o governo não pode perder o foco de algumas questões, entre as quais o endividamento, um dos principais assuntos discutido no fórum.

Segundo o ministro, equalizar as dívidas, proporcionando estabilidade aos produtores, é uma das principais prioridades do ministério. ?O ideal seria estabelecer uma política agrícola que combine renda, capacidade de pagamento e juros, e prevenir o endividamento, mas alguns critérios que estamos adotando vão tranquilizar o agricultor para que ele possa plantar a safra de verão", disse.

O endividamento do agricultor brasileiro, segundo o ministro é uma questão difícil, complexa, porque vem acontecendo desde o início da década de 1990. São vários tipos de rolagem, vários motivos que levaram a esse endividamento, de acordo com o ministro.

A frustração das safras a 2003/2004 e 2004/2005 agravaram ainda mais o problema. ?O que se conseguiu neste momento foi acertar que as dívidas com o custeio dessas safras fossem jogadas para a frente e prorrogados os empréstimos de investimentos realizados nesse período?, disse Stephanes.

A rolagem de 70% dos empréstimos (o agricultor paga 15% e 15% são de rebate desta dívida) está em discussão porque, segundo o ministro, o Banco do Brasil está exigindo análise caso a caso, ou seja, não está rolando automaticamente os 70%.

?O banco está averiguando se o agricultor tem condições de efetuar o pagamento, e isso está atrasando a liberação dos financiamentos?, explicou.

Reinhold Stephanes disse que o agricultor ao procurar o Banco do Brasil está sendo orientado a voltar em outro dia. ?O agricultor não tem tempo para isso e está sendo constrangido a liquidar um débito que não tem condições de liquidar, mas já estamos resolvendo essa questão?, disse o ministro.

Os recursos tomados no Banco do Brasil para o custeio das safras de 2003/2004, 2005/2006 e 2006/2007 foram divididos em cinco parcelas, e uma venceria este ano.

Aos empréstimos de investimentos que tinham taxas de juros superiores a 8,75% foi dado um rebate de 15% na parcela. O agricultor pagará 15% e pode prorrogar o saldo restante para um ano após o final do contrato.

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