SPVS fará novo censo dos papagaios-de-cara-roxa

Técnicos do Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa, iniciativa da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), fazem em janeiro mais um censo para identificar o número de indivíduos da espécie em sua única região de incidência no mundo, um trecho que vai do litoral sul de São Paulo ao litoral norte de Santa Catarina.

A contagem dos papagaios faz parte das metas do programa para os próximos dois anos e deverá ser repetida outras vezes. As primeiras aconteceram em julho e outubro de 2003. Em 2004, as verificações serão nos meses de janeiro, abril, julho e outubro. Por fim, haverá ainda contagens em janeiro e abril de 2005. As contagens são feitas sempre ao amanhecer e ao entardecer, que são os horários em que há revoadas nos locais usados como abrigo para dormir.

Antes de iniciar o censo, os técnicos já haviam feito uma prospecção para identificar as áreas de dormitório e maior fluxo de aves, em dez ou doze pontos do litoral do Paraná. Em Guaratuba, por exemplo, foram detectados menos de vinte indivíduos. Pescadores da região relataram existir há pouco tempo mais de mil papagaios neste ponto, que fica na baía de Guaratuba, no litoral sul do Paraná.

Outras metas

O Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa prevê o cumprimento de outras metas ao longo dos próximos dois anos. Uma delas é a tentativa de reprodução da espécie em cativeiro, iniciativa inédita no país. Em parceria com o Zoológico Municipal de Curitiba, a SPVS construiu recintos exclusivos para abrigar seis casais de papagaios, que ficam isolados da área de visitação do zôo, garantindo privacidade e tranquilidade a essa espécie, ameaçada de extinção. Monogâmicos, os papagaios-de-cara-roxa ficam com um mesmo parceiro toda a vida, e permanecem sozinhos se o outro morre.

Outra meta é monitorar o deslocamento da ave em seu habitat natural e identificar os locais utilizados para alimentação, reprodução e dormitório, o que permitiria criar novas áreas de preservação. No final do próximo período reprodutivo, em fevereiro, quinze filhotes de papagaio receberão rádio-colares, equipamento que pesa 8 gramas e possibilita esse acompanhamento.

A comunicação e a educação ambiental, envolvendo as comunidades das regiões de Antonina e Guaraqueçaba (litoral norte), também aparecem como importantes componentes do projeto, bem como campanhas contra o tráfico de animais e o incremento ao ecoturismo na região, como uma das formas de gerar alternativas de renda para a comunidade local e garantir a preservação do papagaio.

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