Por opção ou não, muitas pessoas estão solteiras. Elas vivem um momento de dedicação exclusiva a seu “eu”, mas isto não quer dizer que elas estão solitárias. A dica é aproveitar o Dia do Solteiros, hoje, e chamar os amigos para sair, comemorar, divertir e, quem sabe, acabar com esta condição momentânea.
O importante, diz a psicóloga Rita Tramujas Brepohl, é buscar sempre o seu bem-estar. “O preenchimento da sua felicidade, alegria não está no outro. Este outro é um complemento da vida”, destaca.
Segundo Rita, as pessoas se sentem carentes devido à falta de auto-estima, valorização pessoal, profissional e não necessariamente pela ausência de outra pessoa. “O sentimento solidão não é um privilégio dos solteiros. A pessoa que se valoriza, que cuida da sua saúde, alimentação, corpo e está satisfeita profissionalmente e nas suas relações pode viver muito bem solteira, sem estar sozinha.” Para a psicóloga a decisão de ficar solteiro, quem sabe para o resto da vida, é proveniente de diversas fontes, como: desilusão amorosa, independência financeira, trauma na família, casamentos frustados, entre outras.
Tanto que em vez de usar o denominação sozinho(a), Rita prefere optar pelo solteiro (a). O primeiro passo para ser feliz solteiro é propor o seu próprio bem-estar. Por exemplo: manter a casa limpa, sentar à mesa arrumada, preparar o prato preferido, decorar a casa com flores, enfim, pensar primeiro em você. “Não viver no abandono de si mesma.” Ao contrário do que alguns imaginam tem graça. Pois segundo Rita, é comum as mulheres fazerem tudo isso pensando no marido ou no namorado e os mesmos sequer observam. “A felicidade não está na mão do outro”, decreta.
Estar solteiro
O designer de jóias João Paulo da Cruz Nunes Goudinho, de 44 anos, que foi casado por duas vezes e há seis está solteiro, vive intensamente o momento. Mas acredita que esta condição é temporária. “Ser ermitão não. Isto funciona em filme. O ser humano é social e queira ou não ele precisa se relacionar”, opina. Ele acredita que existe pessoas que se adaptam muito bem sozinhas, mas mesmo assim precisam de amigos, família, companheiro. Caso contrário, a solidão é difícil de encarar.
A grande vantagem de ser solteiro, diz João Paulo, é que a pessoa consegue preservar seus hábitos. “Sou fumante e isto pode incomodar quem está ao meu lado. Gosto de dormir tarde, assistir a filmes, ler. São hábitos que muitas vezes temos que abrir mão quando estamos com alguém”, exemplifica. Mas viver solteiro para o resto da vida nem pensar. “O importante é ser feliz, sozinho ou não.”
Embora acredita que está se adaptando muito bem às circunstâncias, ele diz que, há momentos em que sente solidão. “A gente precisa de emoção, de sexo, de troca de carinho. Não sou uma pessoa para viver sozinho, preciso compartilhar, dividir”, revela. Se a idéia é ser feliz, João Paulo acredita que a relação entre as pessoas só se torna duradoura se houver respeito à individualidade. Ele aproveita que está sozinho, ou melhor, sem alguém, para investir na profissão. Mas entende que se aparecer alguém com maturidade suficiente para manter uma relação, não vai dispensar.
A designer gráfica e fotógrafa Isabelli Soares Nere, 27, também está solteira. Há dois anos ela optou por esta condição depois de sair de um relacionamento de cinco anos, marcado por repetidas concessões. “Agora estou fazendo o que gosto, me dedicando ao teatro. E não paro, não tenho rotina”, conta. É claro que, às vezes, ela sente vontade de ter alguém. Mas entende que para se envolver novamente tem que encontrar uma pessoa bem parecida. “Não é só uma amizade legal, a gente tem que se harmonizar em todos os sentidos.”
A vantagem de estar solteira para Isabelli está na sensação de liberdade, ter muitos amigos e nenhuma pessoa para cobrar, regular. “Nem imagino ficar domingo à tarde na frente da televisão, com uma pessoa que troca poucas palavras comigo.” A desvantagem é não ter um “ombro” de companheiro para chorar. “Isto é ruim, mas é uma sensação que não fica muito tempo.” Por isso, ela nem planeja encontrar alguém. Tudo está nas mãos do acaso.