Sindijus ocupa prédio do Tribunal de Justiça para cobrar reajuste

Em manifestação pacífica, o Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Paraná (Sindijus-PR) reuniu ontem, em Curitiba, no prédio do Tribunal de Justiça, cerca de 110 servidores ativos e aposentados que reivindicavam reajuste salarial concedido durante dois anos a membros da categoria e não recebidos por cerca de mil servidores. O motivo é que, há cinco anos, em negociação considerada insatisfatória, o repasse não foi acordado por esses funcionários, que continuaram lutando pelo reajuste integral. Ao obterem resultados que beneficiaram a toda a categoria, exigem o ressarcimento do valor, que soma R$ 18 milhões.

A manifestação mobilizou servidores de todo o Estado sob pretensão de pressionar autoridades pela exigência do repasse. A reivindicação remonta ao acordo resultante de uma greve tensa vivida pelos servidores do Tribunal de Justiça (TJ) em 2000. À época, eles exigiam reajuste de 53,06% sobre os salários. Com a impossibilidade alegada pelo TJ em conceder o acréscimo integral, alguns servidores aderiram a um acordo proposto para reajuste em 30,74%. Cerca de mil funcionários não assinaram o documento para recebimento e ficaram sem o repasse. Porém, esses mesmos funcionários conseguiram no ano de 2002, em ação judicial, a percentagem dos 53,06% reivindicada anteriormente, reincidindo o reajuste sobre o salário de todos os servidores. ?Agora o que queremos é que esses 30% recebidos durante dois anos por muitos funcionários sejam repassados a nós, que continuamos lutando pelo reajuste integral e o conseguimos, beneficiando a toda a categoria?, disse o coordenador-geral do Sindijus-PR, Paulo Paulino. Ele afirmou, ainda, que a proposta elaborada pelo Estado era de que os funcionários recebessem o valor em forma de precatórios, o que o sindicato considera injusto. ?Entendemos que esse é um acordo administrativo, portanto, queremos receber administrativamente. Ou então levaremos ainda uns dez anos para termos o repasse?, protestou Paulino.

Negociações

Na tarde de ontem, cada um dos 110 participantes protocolou requerimento exigindo o acerto. Com bandeiras vermelhas e em marcha organizada, os servidores conseguiram audiência entre três representantes do sindicato e o presidente do TJ, desembargador Tadeu Marino Loyola Costa. De acordo com a assessoria de imprensa do sindicato, o presidente afirmou não estar prevista no orçamento a verba necessária para os pagamentos. Porém, a reivindicação dos servidores foi repassada ao departamento econômico e financeiro para avaliação sobre possível inclusão do valor no orçamento do ano que vem. Só a partir dessa avaliação, o presidente do TJ tomará posição sobre o assunto. Apesar de esperar o pagamento para este ano ainda, o sindicato considerou a possibilidade de resolver a questão ?uma boa notícia?. Greves ou manifestações maiores são descartadas, até por não estar toda a categoria envolvida. A aposta deve permanecer, por ora, no campo das negociações.

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