Sicride soluciona casos de crianças desaparecidas

Embora a incidência de crianças que somem de suas casas seja alta, o trabalho da Polícia Civil, através do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), e de outros grupos, como o Movimento Nacional em Defesa da Criança Desaparecida do Paraná, fez com que a maioria delas retorne a seus lares. Conforme dados do Sicride, entre 1996 e 2002, foram registrados 569 casos de desaparecimento. Desses apenas dois ainda não foram solucionados. “O número de casos sem solução praticamente zerou depois da criação do Sicride, em 95”, afirmou o ex-delegado do Sicride e atual chefe do Centro de Inteligência da Secretaria de Estado da Segurança Pública, Harry Carlos Herbert. Ele reputa o sucesso nas ações ao trabalho preventivo que a polícia realiza e a maneira enérgica de repressão dada aos crimes.

Os desaparecimentos são classificados em cinco grupos: seqüestro, que caiu de sete em 96 para apenas um no ano passado; subtração de incapaz, quando a pessoa leva a criança sem intenção de ter favorecimento com isso, foram quatro casos em 2002; crianças localizadas mortas, nenhum registro em 2002; fuga do lar, crianças que saíram por conta própria de casa e adoção à brasileira. “A adoção à brasileira é quando um casal adota uma criança sem que aconteçam os procedimentos legais. Nesse caso, tanto quem adotou, quanto a mãe biológica respondem processos”, contou Herbert. Ele salientou que o Sicride atende crianças recém-nascidas até 12 anos incompletos. “Os casos com adolescentes são repassados para Delegacia de Vigilância e Capturas”, disse.

O delegado contou que o Sicride foi criado em 1995 por pressão de mães de crianças desaparecidas. Doze casos registrados antes da criação do órgão ainda são investigados, entre eles o de Guilherme Caramês, que sumiu quando andava de bicicleta em frente a sua casa, em Curitiba.

Pela crianças

O Movimento Nacional em Defesa da Criança Desaparecida do Paraná hoje atua como uma organização pró-criança. “Não é apenas o trabalho de procurar desaparecidos. Hoje defendemos a criança, contra violência, abuso sexual, trabalho infantil. Enfim o órgão é para ajudar a criança”, contou a coordenadora de divulgação do movimento, Marília Pombo Marchese. Ela contou que a presidente e mantenedora do movimento é a deputada estadual Arlete Caramês, a mãe do Guilherme. “Fazemos trabalho preventivo com folders e com palestras em escolas. Este ano já visitamos 22 escolas na região de Curitiba, quase 7.500 crianças”, contou, destacando que a órgão faz a seleção dos casos e encaminha ao departamento competente. “Nossas estatísticas são diferentes das do Sicride por atendermos também adolescentes”, revelou. Marília fez um apelo aos empresários paranaenses para que divulguem as fotos das crianças desaparecidas nas embalagens de seus produtos.

Cuidados

Algumas recomendações importantes que devem ser dadas às crianças são: nunca aceitar nada de estranhos; procurar sempre estar perto de um adulto de confiança; não pegar carona com estranhos; levar consigo uma anotação com nome, endereço, telefone e dados pessoais; se possível ter carteira de identidade e carregar uma cópia dela.

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