Protesto

Servidores do Incra paralisam as atividades no Paraná

Servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Paraná realizaram ontem uma paralisação nas atividades. A categoria ficou reunida em frente à sede do órgão em Curitiba e entregou material para a população informando os motivos da manifestação. Os servidores querem do governo federal a retomada das negociações da reestruturação das carreiras e valorização dos profissionais, além da projeção dos avanços nos salários para os próximos anos.

Após a greve da categoria em 2007, que durou cerca de três meses, foi assinado um acordo com o governo federal prevendo um reajuste salarial de 15%, parcelado em três anos. Também foram formados grupos de discussões para a reestrutura das carreiras ligadas ao Incra (perito federal agrário e analista em reforma e desenvolvimento agrário). De acordo com Cláudio Marques, presidente da Associação dos Servidores do Incra no Paraná, os grupos de trabalho sofreram suspensão sem qualquer justificativa. “Os grupos deveriam começar no segundo semestre de 2008, mas o governo enrolou por um ano. Em julho do ano passado os trabalhos começaram e em fevereiro deste ano foram suspensões sem explicação dos motivos”, explica.

O diretor nacional da Confederação Nacional das Associações de Servidores do Incra, José Parente, explica que o déficit de servidores na autarquia é um dos maiores dentro do governo federal. Eram 9 mil servidores na década de 1980 e agora o quadro possui 6 mil pessoas. Ele ainda revela que existe uma desvalorização das carreiras no Incra em relação a funções similares em outras autarquias e fundações da União. “Esperamos que o governo pelo menos dispense o mesmo tratamento, sobretudo nos salários”, ressalta.

Cláudio Marques revela que há indicativo de greve a partir de abril caso as negociações não sejam reabertas até o final deste mês. Uma reunião estava programada para ontem entre os servidores e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, mas ela não aconteceu. Hoje os servidores pretendem intensificar o movimento e insistir na reunião.