Insatisfação

Servidores de Araucária protestam contra congelamento de salários

Mais de dois mil servidores municipais de Araucária saíram às ruas para protestar contra o congelamento dos salários e contra a suspensão de todos os direitos de carreira. O grito de ordem contra o prefeito Olizandro José Ferreira (PMDB) era “prefeito vê se me escuta, não vai parar, não vai parar a nossa luta”.

O Sindicato dos Funcionários Públicos do Município (Sifar) e o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária (Sismmar) alegam que a Lei Federal 11.738/08, que estabeleceu a hora-atividade em 33%, não está sendo cumprida. A hora-atividade, que é um período dentro da jornada para o professor preparar aulas, corrigir provas e realizar atividades extraclasse, também não está sendo respeitada.

A reclamação do presidente do Sifar, Vilmar Barão, é de que o congelamento dos salários veio com uma justificativa que não se sustenta. “Até abril deste ano, o salário e o plano de carreira estavam sendo respeitados. A justificativa é a falta de orçamento, mas ele prioriza manter 250 cargos de comissão com custo de quase 2 milhões de reais na folha”, conta Barão.

Não apenas o salário está irritando os funcionários do município. Falta de agulha, receita médica impressa em papel rascunho e falta dinheiro para pagar conta de telefone de posto de saúde também estão entre as reclamações. A prefeitura também é macusada de economizar combustível da guarda municipal. “Ocorreu um fato em alguns dias. Quatro ou cinco guardas municipais usando o mesmo carro para economizar a gasolina. Outros carros tinham uma cota de 12 litros no dia”, conta o presidente do Sifar.

O sindicato pediu uma audiência para às 14h, mas não teve uma resposta por parte da prefeitura, que ficou de confirmar a o horário.

Outro lado

Em nota enviada ao Paraná Online, a prefeitura de Araucária afirmou ter gasto, em 2012, R$ 281 milhões em salários, o que supera o índice de 51,3% imposto como teto pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Portanto, a administração tem tomado as providências para conter esse valor e não perder o repasse de verba do governo federal.

Segundo a prefeitura, em diversas ocasiões os sindicatos foram convocados para reuniões em que a pauta era a situação financeira real da administração. Além disso, a prefeitura ainda não teria feito o pagamento do avanço de carreira justamente por ultrapassar o valor estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.