Servidores da UFPR e UTFPR encerram greve

Depois de exatos 100 dias em greve, os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) voltaram ao trabalho ontem. Os sindicalistas avaliaram positivamente o movimento, pois obtiveram algumas conquistas, como um reajuste salarial escalonado para os servidores, implantação de auxílio-saúde e a paralisação da tramitação do Projeto de Lei Complementar 01 (PLP 01/2007), que limitaria despesas com servidores por pelo menos dez anos.

O reajuste para os servidores varia de 20% a 80%, dependendo do nível em que o trabalhador se encontra. Embora o pagamento termine apenas em 2010, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest-PR), José Carlos Belotto, o considerou uma grande conquista da greve. ?Em 2008, alguns servidores já receberão pelo menos um terço do reajuste?, comemorou. O auxílio-saúde, de R$ 42, começará a ser pago em novembro deste ano. ?Antes nós não tínhamos nada referente à saúde?, disse.

O presidente do Sindicato dos Técnicos Administrativos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Elizeu Horta, também considerou o movimento produtivo, apesar de que poucos servidores do local aderiram à greve. ?Nas outras greves nunca conseguimos nada, então dessa vez, mesmo que o reajuste seja escalonado, a greve surtiu efeito?, afirmou.

Apesar dos avanços nas negociações, os servidores pretendem dar continuidade às reivindicações. No início da greve, eles pretendiam um reajuste linear nos salários, e não escalonado. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou que as perdas chegam a 180%. O assunto, segundo Belotto, deverá ser discutido em uma nova mesa de negociação no ano que vem. Um aumento no valor do vale-refeição também é pleiteado pelos servidores. Hoje o vale é de cerca de R$ 100. A UFPR possui cerca de três mil servidores. No início do movimento, cerca de 60% deles, incluindo o Hospital de Clínicas de Curitiba, aderiram à greve. Porém, liminares da Justiça obrigaram os trabalhadores do hospital a voltarem ao trabalho. Os setores da UFPR mais prejudicados foram o de transporte e o Restaurante Universitário. Na UTFPR, onde há cerca de 290 servidores só em Curitiba, o serviço de manutenção ficou paralisado.

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