Seremos quase 260 milhões em 2050

Nos próximos 43 anos, a população brasileira deve crescer 38,88%, segundo estimativa divulgada ontem pela Síntese de Indicadores Sociais, elaborada com base na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2006, o Brasil possuía 187,2 milhões de habitantes e uma densidade demográfica de 22 habitantes por quilômetro quadrado. Se a previsão for confirmada, em 2050 serão 259,8 milhões de pessoas, o que irá representar um crescimento absoluto de 72,6 milhões de habitantes.

Hoje, o País tem mais mulheres do que homens, numa proporção de 95 indivíduos do sexo masculino para cada cem do feminino. Em todo território nacional, elas são 96,031 milhões. Já eles, são 91,196 milhões. ?Uma das causas dessa prevalência é a sobremortalidade masculina?, informa a pesquisa. As regiões metropolitanas das cidades de São Paulo, Curitiba e Porto Alegre são as que apresentam a relação homem/mulher mais equilibrada: cerca de 92 homens para cada cem mulheres. No Rio de Janeiro, por exemplo, a diferença já é mais evidente: 86,4 por cem.

Do total de habitantes do Brasil, 83,3% vivem em áreas urbanas. O Rio de Janeiro é o que concentra o maior número de pessoas vivendo na região metropolitana da capital – apenas 0,7% da população reside em áreas rurais. O dado contrasta com o coletado no Piauí, onde a taxa de urbanização é a mais baixa do país: 60,7%.

No que diz respeito à taxa de fecundidade total, ela se encontra em um processo acelerado de declínio no Brasil. Atualmente, no final do período fértil, as mulheres brasileiras têm, em média, dois filhos. No Pnad, o IBGE também levou em consideração dados coletados na Argentina. Naquele país, os patamares são os mesmos encontrados no Brasil.

De 1996 a 2006, a esperança média de vida do brasileiro foi incrementada em 3,5 anos. Nesse quesito, as mulheres estão em situação mais favorável, com esperança de 75,8 anos, enquanto os homens ficam com 68,7 anos. O aumento na expectativa de vida também significa queda na taxa de mortalidade. No que diz respeito à mortalidade infantil, ela passou de 36,9 por mil nascidos vivos, em 1996, para 25,1 por mil, no ano passado.

Cada domicílio tem, em média, 3,4 pessoas

A Pnad 2006 também revela dados relativos aos domicílios brasileiros. De acordo com a pesquisa do IBGE, o Brasil tem cerca de 55 milhões de domicílios, sendo 46,3 milhões em áreas urbanas. Em cada residência, o número médio de pessoas é 3,4, o que representa decréscimo em relação a 1996, quando o número era de 3,9.

Dos domicílios urbanos, 20,6% têm rendimento de até meio salário mínimo per capita. Do total, 73% são próprios, 18,7% alugados e 7,7% cedidos. Quanto à distribuição por tipo, 86,8% são casas, 12,8% apartamentos e 0,4% cômodos. Nas regiões metropolitanas, a quantidade de apartamentos é mais elevada, com destaque para a cidade de Salvador, que está bem acima da média nacional: 27,4%.

No que diz respeito a abastecimento de água, 93,2% das residências urbanas contam com este serviço. Em relação a esgotamento sanitário, a abrangência é de 66,8% dos domicílios. A situação é considerada preocupante na região norte do País, onde a existência do serviço está presente em apenas 12,6% dos lares. Quanto à coleta de lixo, ela acontece em 89,8% das casa.

Resultados positivos são verificados para iluminação elétrica, presente em 99,7% dos domicílios urbanos.

Casamentos crescem e divórcios também

O número de casais que buscam formalizar suas uniões vem crescendo no Brasil. Segundo a Pnad 2006, em 2005 foram realizados 835.846 casamentos no país – número 3,6% superior ao registrado no ano anterior. Os dados foram obtidos em a cartórios de registro civil das pessoas naturais e varas cíveis e de família.

Ainda em 2005, entre as mulheres, a maior taxa de nupcialidade legal foi verificada na faixa etária dos 20 aos 24 anos de idade (29,8 por mil). Já os homens tiveram taxa mais elevada entre os 25 e os 29 anos (31,3 por mil). Dentro da população idosa, os homens se casam mais do que as mulheres. Entre as pessoas com 60 anos ou mais, as taxas de nupcialidade são de 3,3 por mil para os representantes do sexo masculino e 0,8 por mil para os do sexo feminino.

O maior número de matrimônios (85,9%) ainda ocorre entre indivíduos solteiros. No primeiro casamento, a idade média dos homens é de 28 anos. Já a das mulheres é de 25 anos. Em contrapartida, vem crescendo a proporção de casamentos entre indivíduos divorciados com cônjuges solteiros. Esses percentuais passaram de 4,1% para 6,3% e de 1,7% para 3,1%, respectivamente, em 1995 e 2005.

Já as dissoluções de casamentos por meio de separações judiciais, em 2005, tiveram um incremento de 7,4% em relação a 2004. Do total, 76,9% foi de natureza consensual.

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