Sepultamentos viram problema em Jaguariaíva

A população de Jaguariaíva, cidade de cerca de 40 mil habitantes no norte pioneiro do Paraná, está enfrentando dificuldades na hora de sepultar seus mortos. O único cemitério da cidade está lotado, e não existe previsão, a curto prazo, para a destinação de um novo local para os enterros. Para contornar o problema, os sepultamentos estão sendo feitos em outras cidades ou em covas que já foram utilizadas.

A situação não é nova, porém teria se agravado nos últimos meses. O responsável pelo Cemitério Municipal de Jaguariaíva, Nestor Brizola de Miranda, de 74 anos, que é funcionário aposentado do município e trabalha sozinho no local há mais de 40 anos, lembra que na década de 60 o então cemitério Cristo Rei atingiu sua capacidade, e a Prefeitura construiu um novo espaço ao lado, o Bom Jesus. Nos dois espaços públicos já foram sepultadas cerca de 11.200 pessoas.

Porém, o novo cemitério também já lotou e agora o funcionário garante que tem trabalhado dobrado para conseguir arrumar lugar para colocar os corpos. Para tentar contornar o problema, Nestor tem aberto espaços que ficam entre um túmulo e outro, ou, sepultando em valas que já foram ocupadas anteriormente. ?Pela lei, quem foi sepultado há cinco anos e ninguém conservou o local, perde o direito ao túmulo. O que estou fazendo é tirar os ossos, colocar no ossário geral e abrindo uma nova vaga?, explicou.

Para o proprietário da Funerária Bom Jesus, Antonio Carlos Czezacki, essa situação é muito delicada, e traz constrangimentos para as famílias. Como alternativa, ele tem orientado que os sepultamentos sejam feitos em outras cidades, como em Arapoti, que fica a 15 quilômetros de Jaguariaíva. Antônio acredita que a falta de vagas no cemitério se agravou pela forma indiscriminada com que os terrenos foram distribuídos, bem como, é reflexo da falta de administração da cidade.

O prefeito de Jaguariaíva, Paulo Nanni (PMDB), que já foi afastado do cargo dez vezes por denúncias de irregularidades, garante que o problema está prestes a ser resolvido. Em julho do ano passado, ele havia aprovado um projeto para a construção de um novo cemitério, que ficou engavetado por seis meses, enquanto Nanni estava longe da Prefeitura. Em abril deste ano, ele conseguiu a retomada do cargo na Justiça, e agora garante que vai adquirir uma área de quatro alqueires para abrigar os sepultamentos. ?Acho que em no máximo quatro meses vencemos a parte burocrática de desapropriação e aprovação do projeto e resolvemos de vez esse problema?, finalizou.

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