Segurança clandestina prolifera

O aumento dos índices de violência e criminalidade no Brasil está despertando um novo filão de mercado: o serviço de segurança privada. Só no Paraná existem 64 empresas formais especializadas nesse serviço. No Brasil, a estimativa é que o número de vigilantes ultrapasse 450 mil. Mas a grande preocupação é que para cada um desses trabalhadores, outros três atuam informalmente no segmento.

Essa realidade foi apontada em um estudo feito pelo sociólogo Cleber da Silva Lopes, que escolheu a segurança privada como tema para a dissertação de mestrado na Unicamp. Segundo ele, esses números são apontados pelo próprio setor e reconhecidos inclusive pela Polícia Federal, que é o órgão responsável pelo credenciamento e fiscalização das empresas. No Paraná, de acordo com o Sindicato das Empresas de Segurança Privada (Sindesp), o número de clandestinas chega a ser 40% maior que as formais. Só na Grande Curitiba foram identificadas 91 empresas irregulares, contra um total de 64 formais em todo o Estado.

A crescente demanda pela segurança privada, avalia Lopes, se dá por diversos fatores. ?A insegurança é um deles. Mas têm ainda a questão das terceirizações, visando a redução de custos e, principalmente, a utilização crescente de espaços privados abertos ao público, como por exemplo, os shopping centers?, comentou. E é com vistas a atender essa demanda que as empresas irregulares estão se proliferando. O presidente do Sindesp, Jéferson Nazário, comenta que esse tipo de serviço acaba tendo respaldo por desinformação da sociedade, que é atraída pelos preços. ?Essas empresas oferecem um serviço até 30% mais barato, isso porque não trabalham com pessoal especializado e registrado?, disse. Para tentar coibir o crescimento dessas empresas, o setor está apostando na aprovação de um projeto de lei no Congresso Nacional.

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