Secretário processa representantes sindicais

O secretário de Estado da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, está processando João Ricardo Kepes Noronha, vice-presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol), e Valéria Padovani de Souza, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná (Sidepol). O motivo foram declarações feita por eles à imprensa, nas quais criticavam a resolução pela qual policiais militares assumem o lugar delegados calças-curtas, que chefiavam delegacias do interior e região metropolitana de Curitiba.

Ontem, o advogado Roberto Brzezinski Neto, que representa o secretário de Segurança, protocolou na Justiça interpelação judicial exigindo explicações sobre os comentários ofensivos realizados contra Delazari, em nota divulgada à imprensa na quinta-feira passada. Na nota, o vice-presidente da Adepol e a presidente do Sidepol afirmavam que ocorreria uma usurpação de função por parte dos policiais militares, o que instalaria “no setor de segurança pública estadual um clima definido de guerra entre as instituições”.

Na interpretação do secretário, é visível a intenção de apontá-lo como responsável pela instalação de um clima de desarmonia entre as polícias do Paraná. “Isso, certamente, tenta ferir a minha dignidade de homem público que deve zelar pela segurança de todos os cidadãos”, constata Delazari. O secretário afirma que há uma clara incitação ao não cumprimento das deliberações da Secretaria de Segurança Pública, nas declarações publicadas.

A secretaria também tomará medidas administrativas, junto à Corregedoria Geral da Polícia Civil, para apuração das várias transgressões disciplinares contidas na nota, previstas no novo Estatuto da Polícia Civil.

A resolução que permite a sargentos da PM assumir delegacias tem como objetivo profissionalizar o serviço e preservar a carreira policial civil, uma vez que os sargentos da Polícia Militar irão ocupar postos em delegacias, nas quais ainda não existe nenhum policial civil de carreira, ou seja, delegado de polícia, escrivão ou investigador de polícia, ou outro servidor da Polícia Civil.

“Não haverá subordinação de policiais civis à militares, pois os inquéritos serão tocados pelos delegados das comarcas, às quais as delegacias chefiadas pelos sargentos estão ligadas”, explica. Essa situação, de acordo com o secretário, deverá se manter até que o quadro da Polícia Civil seja suprido de sua carência. Para isso, um concurso para a instituição está sendo estudado.

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