Secretaria mantém diretora do Colégio Estadual do Paraná

A atual diretora do Colégio Estadual do Paraná (CEP), Maria Madselva Feijes, permanece no cargo. Os alunos queriam a saída dela por considerarem sua gestão antidemocrática. Mas essa questão nem chegou a ser discutida ontem, durante reunião do secretário de Estado da Educação, Maurício Requião, com a comunidade escolar do CEP, além do sindicato dos professores, Ministério Público e Conselho Estadual de Educação. Porém, o secretário se mostrou disposto a atender a algumas reivindicações, como a retirada das câmeras instaladas no colégio. Uma nova reunião ficou marcada para a próxima quinta-feira.

A reunião começou por volta das 9h30 e só terminou perto das 16h30. Seguiu sem interrupção. O secretário ouviu uma lista de reivindicações apresentadas por alunos e professores. Os estudantes exigiam a saída da diretora, mas segundo a estudante, que representou os alunos, Raquel Martins, o secretário afirmou que não via nenhum motivo para a sua saída e não aceitou discutir esse assunto.

Foto: Chuniti Kawamura

Professor Ederson Prestes.

Porém, Raquel achou o encontro positivo porque os alunos puderam expor todas as suas idéias. Eles são contra a instalação de câmeras no colégio. ?O assunto (sobre as câmeras) não foi discutido com os alunos. Eles reconheceram que erraram?, falou.

O professor Ederson Prestes também participou do encontro e pediu que fosse anulada a suspensão de dois professores do CEP. Eles estariam envolvidos no movimento que deixou o colégio sem aula durante três dias. O secretário quis manter o processo, mas aceitou receber os docentes para uma conversa, abrindo a possibilidade de rever o caso. Em relação às quatro pessoas que trabalhavam em cargos de comissão e que foram demitidas na última terça-feira por incompatibilidade com a direção, Requião também não quis voltar atrás.

Segundo Ederson, também estão sendo discutidas outras questões burocráticas e administravas. Para o ano que vem, existe uma reserva técnica de vagas em 15 turmas de primeiros anos do ensino médio para cursos de formação técnica. No entanto, os professores questionam a mudança já que não foram ouvidos. De acordo com Ederson, a infra-estrutura para os cursos que já existem poderia ser melhor e eles temem pela qualidade de ensino. No entanto, o secretário se mostrou irredutível e haverá a abertura dessas turmas. Para a próxima semana, ficaram questões a serem discutidas como o calendário da instituição.

Durante o encontro, os alunos e professores também pediram eleição direta para o cargo de diretor. Para o professor José Lemos, presidente da APP-Sindicato, só a mudança no modelo de escolha do cargo resolveria os atritos. Como o CEP é uma autarquia do governo estadual quem escolhe a direção é o governador do Estado. Mas durante a reunião, Maurício Requião já adiantou que o governador Roberto Requião não quer a mudança. No entanto, o secretário aceitou discutir a questão.

Agora, segundo Raquel, os estudantes vão avaliar o resultado do encontro para ver os rumos do movimento. Eles afirmavam que se a diretora não fosse retirada do cargo, voltariam a paralisar as aulas. 

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