Saúde contesta exames de Chagas em Curitiba

Técnicos do Ministério da Saúde (MS) não acreditam que os dois pacientes que tiveram exames positivos para a doença de Chagas em Curitiba realmente estejam com a enfermidade. Os dois casos foram confirmados anteontem pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), mas daqui a 15 dias será realizada uma contraprova dos exames. O caminhoneiro Jair Fritzen, que está internado no Hospital Nossa Senhora das Graças com a patologia, vai receber alta hoje.

A Secretária de Estado da Saúde (Sesa) divulgou uma nota ontem apontando os motivos que levaram os técnicos do Ministério a não acreditarem que se trata do mal de Chagas. A primeira é o local onde os pacientes tomaram o caldo de cana, que não está dentro da linha de risco delineada; a segunda é a falta de sintomas consistentes; e a terceira razão foi a apresentação do título sorológico muito baixo. ?Os testes serão refeitos para termos certeza. Com o resultado sorológico muito baixo, podem acontecer casos falsos positivos?, disse Natal Jataí de Camargo, coordenador do Centro de Saúde Ambiental da Sesa. A contraprova apontará definitivamente a confirmação ou não da infecção.

O Lacen já recebeu mais de 6 mil exames para detectar a doença de Chagas de todo o Estado. Esse é o número de amostras enviadas desde o dia 23 deste mês, quando teve início o surto da doença em Santa Catarina. O volume de exames aumentou de cinco por dia para 350 na última semana.

Em Curitiba, o número de pessoas que procuram as unidades de saúde para fazer os exames começa a diminuir. Segundo a diretora de epidemiologia, da Secretaria Municipal de Saúde, Karin Luhm, a unidade que mais recebeu exames foi a da Praça Ouvidor Pardinho. A coleta chegou a 150 por dia, mas agora caiu para perto de 100. Ela diz que inicialmente o Ministério recomendava que fossem feitos exames em todas as pessoas que estiveram no litoral norte de Santa Catarina, entre 1.º de fevereiro e 20 de março, e que tivessem tomado caldo de cana. Depois restringiram o período entre 8 e 26 de fevereiro, nas cidades de Itapema, Navegantes e Joinville. Espera-se uma outra nota descartando mais algumas cidades que ainda estão sob suspeita.

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