Santa Casa de Campo Mourão sofre com falta de dinheiro

A Santa Casa de Campo Mourão, no noroeste do Estado, está passando pela maior crise de sua história. Com graves problemas financeiros, o hospital está tendo dificuldades para conseguir pagar os salários de seus funcionários e já mantém diversos setores inativos há quase três meses.  

Hospital de referência para a região de 25 municípios, a Santa Casa mantém apenas os serviços de maternidade, UTI neonatal e pediatria, por não haver na região nenhum outro centro médico que atenda a essa demanda. ?Mas se a situação não se resolver em um curto prazo, não conseguiremos manter por muito tempo?, alertou o presidente da instituição, Dilmar Daleffe.

Segundo o próprio presidente, a Santa Casa acumula uma dívida de R$ 1,8 milhão com fornecedores da região, além de dever R$ 162 mil ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o que a impede de receber uma ajuda da Secretaria de Estado da Saúde, por não possuir a Certidão Negativa de Débito. ?Somos um hospital beneficente. Não temos lucro. Noventa e sete por cento dos nossos atendimentos são pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que nos paga 40% a menos do valor total dos procedimentos?, alegou.

Para Dilmar, a situação chegou a essa gravidade devido à burocracia. ?Inauguramos um centro de oncologia no final de 2004, mas, até agora, estávamos atendendo sem receber nada por não termos credenciamento. Em abril, conseguimos o credenciamento, mas o Estado não tinha teto financeiro para pagar. Recorremos ao Ministério da Saúde, que informou que só fará novos credenciamentos a partir do ano que vem?, lamentou.

Ele disse que só o centro de oncologia teria direito a receber R$ 450 mil mensais do SUS. ?A maioria de nossas unidades está fechada, o 13.º salário dos funcionários ainda não foi pago, o salário de janeiro também deverá atrasar e nossa farmácia está vazia. Até empréstimos pessoais já foram feitos para tentar manter o hospital funcionando. Se nenhuma medida emergencial for tomada pelos governos, em pouco tempo teremos de fechar as portas por completo?, prevê o presidente da instituição.

A reportagem procurou a Secretaria de Estado da Saúde para averiguar se há algum plano emergencial para o hospital ou para a região, mas como ontem foi dia da emancipação política do Paraná, não houve expediente nos órgãos públicos estaduais. 

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