Sacoleiros fecham Ponte da Amizade por uma hora

O clima promete esquentar hoje na Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu. Sacoleiros deram ontem um indicativo do que deve acontecer hoje: uma grande paralisação na fronteira entre Brasil e Paraguai. Na metade da tarde de ontem, horário costumeiro do retorno dos ônibus de Ciudad del Este, um grupo de sacoleiros iniciou um protesto que resultou na interdição por uma hora do trânsito na ponte.

Segundo informações da Polícia Federal de Foz do Iguaçu, os ânimos foram controlados com o trabalho de dez agentes, que em uma hora conseguiram dissipar o protesto. Entretanto, os populares prometem mais movimentação no dia de hoje. Ele protestam contra as operações Catarata e Comboio, que têm sido rigorosas no controle da passagem de mercadorias provenientes do Paraguai. Hoje, a cota por pessoa é de US$ 300 – algo em torno de R$ 700. A cota reduzida visa permitir apenas a passagem de compras para uso pessoal, já que entrada de produtos para o comércio necessitam de passagem pela Receita Federal, com a retenção dos impostos referentes às mercadorias.

Outra frente que está sendo combatida na fronteira é o tráfico de drogas, que segundo informou a Polícia Federal, muitas vezes vêm camuflada nos produtos contrabandeados. A assessoria de imprensa da PF informou que ontem também houve protestos em frente à delegacia e anteontem na praça central da cidade.

Operação

A Receita Federal não parece sensibilizada com os protestos constantes dos sacoleiros e continua agindo de forma dura contra os contrabandistas. Ontem, em operação conjunta com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Guarda Municipal, foram vistoriados estacionamentos e galpões na Vila Portes, entre 10h e 15h. A região, nas proximidades da Ponte da Amizade, é conhecida por possuir imóveis destinados à receptação de contrabando vindo do Paraguai.

"Foram apreendidos, ao todo, dois caminhões e meio de produtos, como cigarros, brinquedos, material eletrônico e produtos de vestuário", afirmou o delegado substituto da Receita Federal, Gilberto Tragancin.

Segundo o delegado, a operação ocorreu sigilosamente, já que policiais da Receita Federal têm sido alvos de manifestações populares desde que começou a atuar com maior rigor na fiscalização da fronteira. "Se deixamos vazar, eles se preparam. Estamos tornando as batidas freqüentes, mas tentamos agir quando os contrabandistas menos esperam", disse Tragancin.

Durante a movimentação dos policiais, sacoleiros e "laranjas" mostravam indignação, mas houve uma única detenção, que nada tinha a ver com contrabando – a Guarda Municipal prendeu um acusado de duplo homicídio. Os donos dos imóveis onde se encontrava o material de contrabando podem responder por receptação de mercadorias.

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