Trânsito

Rua Tijucas do Sul lidera ranking de acidentes

Cruzamentos perigosos e motoristas imprudentes. A dobradinha responde pela totalidade dos acidentes em Curitiba, segundo dados do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran). Enquanto no primeiro quadrimestre deste ano sete cruzamentos da capital pulverizaram as ocorrências e dividem o primeiro lugar no ranking, com dois acidentes em cada trecho, no ano passado a liderança absoluta de acidentes teve o mesmo endereço: a Rua Tijucas do Sul, no bairro Sítio Cercado.

Nela, três cruzamentos despontaram nas estatísticas do BPTran. Juntos, somaram 28 acidentes em 2011, sendo que o ponto cortado pela Rua Lupionópolis apresentou 12 ocorrências e ficou na primeira posição entre os cruzamentos com mais acidentes na cidade. A Rua Tijucas do Sul também ocupa o quarto e sexto lugares da lista nos cruzamentos com a Rua Ourizona (9) e com a Rua dos Pioneiros (7).

A solução encontrada pela prefeitura foi fechar os cruzamentos da Rua Tijucas do Sul em diferentes pontos e fazer retorno. Em dois meses, os moradores e comerciantes da região notaram a diferença. “Acabaram os acidentes entre veículos, mas esqueceram dos pedestres”, resume a cabeleireira Rosângela de Oliveira. Ela relata que, com o retorno, o tráfego na Tijucas do Sul aumentou e o pedestre que antes aproveitava os pontos de cruzamento para ter uma oportunidade de atravessar a via, agora, nos horários de pico (entre 17h e 19h), perde mais de 30 minutos para conseguir uma brecha para cruzar a rua correndo. “Certa vez, um motorista bloqueou a passagem com o caminhão para permitir que um cadeirante passasse para o outro lado”, conta.

Esse tipo de relato se repete ao longo da rua. No ponto onde cruzava a Rua Ourizona, além da dificuldade de atravessar, os moradores reclamam que a obra não foi bem acabada. “Tratam o povo feito porco. Deixaram o canteiro sem grama e o barro desce em dias de chuva, ficando intransitável”, reclama o comerciante José Carlos Mirante, morador da região há 15 anos. O técnico em refrigeração Wilson da Cruz, que trabalha em uma empresa da rua, reconhece que a eliminação do cruzamento trouxe tranquilidade. “Vi vários acidentes e atropelamentos feios, mas acho que o melhor a fazer seria instalar semáforos”, sugere.

A Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) está elaborando um estudo com objetivo de facilitar a circulação dos pedestres. Quanto ao barro que desce dos canteiros, a prefeitura informou que fará os devidos reparos.

Imprudência é o maior problema

A segunda posição dos cruzamentos com mais acidentes em 2011 – o da Rua Desembargador Motta com a Alameda Princesa Izabel, com 11 ocorrências – iniciou 2012 com os mesmos problemas de sinalização. Isso, no entanto, já virou passado com as obras do Anel Viário, que eliminaram as faixas laterais de estacionamento, retiraram as tartarugas e incrementaram a sinalização. Agora, é o comportamento do motorista que vai determinar o histórico do local.

Isso também se verifica no terceiro cruzamento com mais acidentes no ano passado: o da Avenida Cândido de Abreu com a Rua Lysímaco Ferreira da Costa, que registrou 10 acidentes. “Não há problemas de sinalização por aqui. A imprudência dos motoristas é que deixa o trecho caótico”, aponta o taxista Valdemir Domingues, que trabalha no ponto próximo à prefeitura há 20 anos.

Tempo bom

A falta de educação no trânsito se percebe em outros dados do relatório do BPTran: nos cruzamentos citados, mais de 50% dos acidentes aconteceram em dias de tempo bom. “Isso demonstra que um comportamento mais atento e responsável contribui para um trânsito melhor”, avalia o tenente Ismael Veiga, do BPTran. Segundo ele, por conta dessas e outras constatações ainda neste mês será iniciada a chamada Operação Cruzamento, de caráter educativo. Equipes do BPTran vão se instalar nos pontos que registraram mais ,acidentes em abril para orientar o motorista. “Estamos confeccionando placas para identificar aos motoristas que o local da operação é um dos campeões de acidentes”, revela.

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