Rombo de R$ 145 milhões envolve frigorífico no Paraná

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A Operação Perseu também
agiu no Mato Grosso do Sul.

A Delegacia da Polícia Federal (PF) em Maringá realizou ontem uma operação de busca e apreensão no Frigorífico Margen, na cidade de Paranavaí. Foram apreendidos computadores, notas fiscais e principalmente documentos contábeis que devem comprovar a sonegação previdenciária do Grupo Margen, sediado em Rio Verde (GO). A ação no Paraná é apenas uma parte da Operação Perseu, realizada ontem em oito estados brasileiros (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Rondônia, Acre, Tocantins, São Paulo, além do Paraná) por uma força-tarefa formada pela PF e pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Estima-se que o grupo tenha sonegado R$ 60 milhões de Imposto de Renda e mais R$ 85 milhões ao INSS.

Foram feitas 63 operações de busca e apreensão e 12 pessoas foram presas, enquadradas nos crimes de formação de quadrilha, sonegação fiscal, sonegação de contribuições previdenciárias e lavagem de ativos. Os presos são: Mauro Suaiden, Ney Agilson Padilha, Geraldo Antonio Prearo, Milton Prearo, Maurício Suaiden Júnior, José Adilson Melan, Jelicoe Pedro Ferreira, Cláudio Meira Campos Arruda, Luiz Carlos Furlan, Fábio Luiz Dutra Silva, Luiz Antônio Faria de Camargo e Walter Chedid Domingues. Durante todas as operações foram apreendidos cerca de R$ 40 mil, além de 63 caixas de documentos.

Entre os indícios investigados pela PF, está a participação de funcionários públicos no esquema. Um auditor fiscal do Estado de São Paulo está na prisão.

Conforme a PF, o Frigorífico Margen está registrado como propriedade de dois sócios, uma pessoa jurídica, a Eldorado Empreendimentos, e uma física, Jelicoe Pedro Ferreira. Porém, a polícia apurou que o frigorífico pertence aos empresários Mauro Suaidbn, Nei Agilson Padilha e Geraldo Prearo, todos eles de Rio Verde. O Grupo Margen possui 21 frigoríficos em todo o País – cinco deles no Mato Grosso do Sul, onde surgiu o primeiro inquérito contra o grupo.

Certidões

No ano passado, o Grupo Margen teve um faturamento de R$ 2,3 bilhões e exportou, aproximadamente, US$ 100 milhões. Suspeita-se que os acusados de fraudar o INSS teriam praticado crimes de facilitação de emissão de Certidões Negativas de Débito (CND). No mês passado, por determinação do juiz da 5.ª Vara Federal de Mato Grosso, José Pires da Cunha, nove pessoas envolvidas num esquema de fraudes contra a Previdência Social foram presas nos estados de São Paulo, Goiás, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

Os acusados de facilitar a liberação indevida de Certidões Negativas de Débito (CND) foram levados para Cuiabá (MT), conseguiram habeas corpus e agora respondem aos processos em liberdade. Um dos membros da quadrilha é o procurador-chefe da Procuradoria Federal Especializada do INSS em Mato Grosso, Álvaro Marçal Mendonça.

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