Romaria da Terra pretende reunir 15 mil pessoas

Cerca de 15 mil pessoas são esperadas para a 24ª Romaria da Terra do Paraná que a Comissão Pastoral da Terra (CPT) promove amanhã, no município de Marilândia do Sul, na região norte do Estado.

O evento, cujo tema é “Segurança e Soberania Alimentar”, visa evidenciar projetos e pequenas iniciativas que foram desenvolvidos no interior como formas alternativa de produção de alimentos, sem o uso de insumos provenientes de grandes multinacionais.

“Queremos mostrar para o pequeno agricultor que é viável produzir sem a intervenção de insumos dos grandes grupos, além de salientar a importância do consumo de alimentos agroecológicos para a saúde”, afirma o presidente nacional da CPT, dom Ladislau Biernaski.

Inicialmente, o evento, de cunho político/religioso, estava previsto para acontecer em 16 de agosto. No entanto, a Romaria foi transferida para amanhã, para atender a uma recomendação do Poder Judiciário por conta do surto de gripe A (H1N1).

As atividades começam às 8h, com a celebração de um culto ecumênico. Logo após, acontecem apresentações de teatro, música e palestras sobre a importância da terra na produção de alimentos.

Antes da celebração, porém, as comunidades da região recepcionaram os agricultores com um café da manhã feito com produtos agroecológicos. Os romeiros ainda farão uma caminhada até a área urbana de Marilândia do Sul, onde haverá uma feira de produtos da região.

Segundo o agente da CPT e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Jelson Oliveira, a escolha do tema foi feita em função da crise de alimentos e da diminuição da quantidade de áreas direcionadas para a produção de alimentos.

“Soberania alimentar é o direito de um povo poder plantar e consumir o que quiser. Isso se um pouco, num processo de padronização da alimentação, onde a comida vem cada vez mais perdendo a qualidade”, afirma.

Durante a romaria, também serão discutidas temas inerentes à agricultura, como a implementação de políticas públicas, a reforma agrária, a violação dos direitos humanos e a violência no campo. “Os incentivos estatais melhoram na luta contra estrangeiros, porém a ajuda ainda é insuficiente para o pequeno agricultor”, afirma Oliveira.