RFFSA diz que pode usar polícia para desocupação

A Rede Ferroviária Federal (RFFSA) comunicou ontem que o prazo de reintegração de posse da área invadida em São José dos Pinhais vai ser cumprido no dia 30 de janeiro. A empresa entrou com o processo de desocupação em 2001. A direção da RFFSA acredita que os moradores da invasão estão cientes da decisão desde março do ano passado, quando um oficial de justiça havia sido designado para informá-los da retirada. A advogada da empresa, Andréa Quadros, diz que o aparato policial poderá ajudar na desocupação. ?Esse dispositivo está no mandado. Se houver resistência, a força policial vai estar presente?.

Os moradores da invasão pedem o adiamento do prazo, com o intuito de obter mais tempo para negociar. A advogada explica que isso não será possível. ?Em 2002, já aconteceu uma suspensão por um longo período justamente para esperar o contato das famílias?, revela. ?Além disso, faz quase um ano que o juiz determinou a visita de um oficial de justiça no local para avisá-los. Justamente o tempo que eles querem agora?, comenta.

O superintendente regional da empresa, Ruy Alberto Zebetti, conta que os moradores fizeram contato somente há duas semanas para negociar. Eles, porém, nunca apareceram no escritório da empresa. Caso haja uma nova procura, o superintendente quer uma proposta concreta para tentar solucionar o problema. ?Precisamos de uma posição sem utopia?, avalia.

Quanto à reivindicação dos moradores de criar um loteamento, Zebetti alega que ?é preciso levar o problema em alçadas maiores, como o governo estadual e federal?. A possibilidade de transferência para outro terreno também está descartada. ?A readequação não está na nossa autonomia?, afirma o superintendente. De acordo com ele, o processo de reintegração de posse está ligado ao dever da empresa de ?cuidar dos patrimônios da União?. Ele não soube dizer se há projetos visando a utilização da área.

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