Retirada dos destroços de ponte é concluída

O resgate dos destroços da ponte que caiu na represa do Capivari em janeiro, na BR-116, foi concluído ontem à tarde. Os últimos quatro metros de concreto que estavam dentro d?água foram retirados. No início da semana que vem, a empresa responsável pelo trabalho vai começar a formar as bases para construção dos pilares para a parte da ponte que será reconstruída. O Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) acredita que as obras estejam concluídas em seis meses.

O içamento durou três semanas e tirou 27 metros do que havia restado da ponte de dentro do lago da represa. Durante esse período, os técnicos envolvidos com a remoção se surpreenderam com as dificuldades enfrentadas. ?Tivemos mais dificuldades do que achávamos. Calculamos 300 toneladas de peso da estrutura e 300 toneladas do atrito para puxá-la. Mas havia muito barro no meio dos destroços, o que aumentou o peso para entre 700 e 800 toneladas?, afirma Ronaldo Jares, engenheiro do DNIT. Muitos cabos de aço e roldanas estouraram durante as tentativas por não suportarem o peso. A operação teve bons resultados nos últimos dias porque os guinchos utilizados anteriormente foram trocados por outros mais potentes.

Com a retirada dos destroços, os trabalhos de reconstrução iniciam-se na próxima segunda-feira. A ponte, que tinha 320 metros, passará a ter 370 metros. Isso porque a cabeceira será recuada em relação ao local onde estava situada, com base no maciço de terra que cedeu e originou o acidente. ?O maciço continua se mexendo devido ao seu rompimento profundo. Cinqüenta metros serão escavados até chegar em um terreno consolidado?, informa Jares.

Neste local será feito o mesmo trabalho de impermeabilização com concreto realizado no maciço de terra da outra ponte da BR-116 sobre a represa do Capivari. ?Estamos monitorando o maciço e ficamos atentos a qualquer alteração. A concretagem do maciço que permaneceu de pé será reforçada com uma nova viga de concreto. Quando tudo estive pronto, poderá chover o que for que não vai ter problema?, comenta o engenheiro.

Os técnicos do DNIT estimavam, no dia do acidente, que o custo total da reconstrução chegaria a R$ 3 milhões. Mas somente o resgate dos destroços consumiu R$ 1 milhão. Jares acredita que mais R$ 17 milhões serão gastos nas obras. De acordo com ele, permanece o caráter emergencial da reconstrução, o que dispensa a realização de licitação.

Acidente causa transtorno

Um acidente envolvendo três caminhões e um automóvel causou a morte de quatro pessoas e parou a rodovia Régis Bittencourt (BR-116), que liga São Paulo a Curitiba, ontem de madrugada. As colisões ocorreram às 3h20, no km 372, em Miracatu, onde o trânsito já estava congestionado por causa da interdição parcial da ponte sobre o Rio São Lourencinho, no km 366 da rodovia.

A ponte está recebendo obras de reforço e, no local, o trânsito passa por uma única faixa, causando lentidão. O motorista Romildo Selbmann, que dirigia o caminhão Mercedes, placa JJB-4765, de Brasília, em direção a São Paulo, não conseguiu frear ao se aproximar da fila que se formara na rodovia. Ele bateu em um caminhão que estava na outra pista, voltou para a pista da direita e acabou prensando o Corsa placa CQL-1415, de Registro, contra a traseira de outro caminhão. O carro ficou destruído e, dos cinco ocupantes, apenas o motorista Carlos Eduardo Minami sobreviveu.

Morreram no acidente Nelci de Oliveira Silva, de 49 anos, Neila Cristina Lourenço Minami, de 24, Renata Camila Lourenço Minami, de 3, filha de Cristina, e Israel Lima de Oliveira, de 20 anos.

Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Registro. Segundo Selbmann, ele foi pego de surpresa ao topar com o congestionamento na estrada. O motorista contou à Polícia Civil de Miracatu que tentou frear, mas chovia e o veículo derrapou na pista molhada. O acidente causou a interdição total da pista Curitiba – São Paulo durante mais de cinco horas.

O trânsito permanecia complicado naquele trecho no fim da tarde por conta das obras na ponte. Às 17 horas, a fila de veículos se estendia 22 quilômetros antes da ponte, chegando ao km 348, na Serra do Cafezal.

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