Quem paragá o prejuízo?

Reforma na Rua Augusto Stresser gera preocupação

Comerciantes da Rua Augusto Stresser, no Hugo Lange, estão apreensivos com o início das obras de revitalização na via, previsto para julho. Com duração estimada de 12 meses, o trabalho no local deve atingir diretamente o movimento nos estabelecimentos.

A principal preocupação é a realização das obras no segundo semestre, período de maior faturamento dos comerciantes, especialmente durante o Natal, quando as obras deverão estar em pleno vapor. O projeto prevê novas calçadas, iluminação e melhoria no trânsito, inclusive em vagas de estacionamento.

“Achamos que o resultado da revitalização vai ficar maravilhoso, mas durante as obras como os comerciantes vão sobreviver? Temos que pagar aluguel, imposto, funcionário e outras coisas”, questiona João Xavier, dono de uma banca de jornal. Lembrando a experiência em outras ruas, como a Avenida Iguaçu e a Fredolin Wolf, ele se preocupa também com a duração dos trabalhos, que podem estender o período de poucas vendas. “Uma obra de oito meses dura mais que um ano e meio”, diz.

Para Michele Sabchik Mitsunari, proprietária de um pet shop, a apreensão também é causada pelos reflexos que a revitalização poderá trazer. “O que vai acontecer com os aluguéis na rua depois que tudo estiver pronto?”, observa ela, que já espera queda no movimento. “O cliente não vai parar o carro para sujar o sapato na obra”. Prevendo a ausência do público, uma loja de artigos de decoração já criou um plano “B”. Desde já começou a divulgar aos clientes as vendas pela internet, com preços especiais e até mesmo frete grátis. “Vamos esperar para ver como vai ficar”, resume a funcionária Carla Nunes.

Marco André Lima
João: como vamos sobreviver?

Transtornos passageiros

A apreensão dos comerciantes foi repassada à Prefeitura de Curitiba. De acordo com Iroclê Wykrota, coordenadora operacional do projeto Comércio Vivo, realizado pela Associação Comercial do Paraná, o assunto teve destaque durante as reuniões sobre a obra. “Isto foi bastante apontado, veementemente, para que não inviabilize o acesso aos estabelecimentos. O transtorno sempre existe, mas solicitamos que não tenha tanto impacto”, afirma. Ela acredita que os resultados serão importantes para a rua, que terá novo ânimo e ficará mais modernizada. O presidente do Conselho de Segurança do Hugo Lange, Stephan Knecht, também tenta acalmar os comerciantes. “Não queremos que os comerciantes achem que vão perder seu negócio. Pelo contrário, terão mais oportunidades com uma rua atrativa”.

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