Despedida

Raphael Munhoz da Rocha é enterrado em Curitiba

Maior jornalista paranaense na cobertura do turfe, Raphael Munhoz da Rocha, foi enterrado ontem à tarde, no Cemitério Municipal São Francisco de Paula, em Curitiba.

Durante o velório, parentes e amigos lembraram o estilo tranquilo de seu Raphael, que teve sua vida dedicada ao turfe e ao jornalismo, desde os 15 anos de idade.

“Como ele era no trabalho, ele era em casa. Simples, leal e amigo. Na semana passada fomos até o Jockey Club para distrair e ele vibrou em rever tudo aquilo”, relembra o irmão Paulo Munhoz da Rocha, que adiantou que o Jockey pensa em criar um museu com o nome de seu Raphael.

Emocionada, a irmã Margarida lembra que seu Raphael foi um exemplo de que vale a pena viver, sempre ativo. “Sua vida foi muito dedicada à família”, diz. Com carinho, as enfermeiras que acompanharam seu Raphael nos últimos meses de vida lembram do relacionamento com o jornalista. “Sempre alegre, nunca nos tratava como funcionárias, mas como amigas”, conta a enfermeira Aparecida Zamara.

A todos os fotógrafos de O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná, que o acompanhavam durante as coberturas das corridas de cavalo, ele sempre dava uma atenção especial. Demonstrando preocupação, seu Raphael levava um lanche aos fotógrafos e insistia: “fotógrafo bem alimentado rende mais”.

Seu Raphael, que com orgulho gostava de falar para todos que era atleticano, também dava toda a atenção aos estudantes que o procuravam querendo saber sobre turfe e tratava com simpatia todos os funcionários do jornal, onde manteve sua coluna sobre turfe durante décadas.

Ontem, amigos e parentes prestaram a última homenagem ao jornalista.

Seu Raphael tinha 83 anos e era o nono filho de 24 irmãos, filho de Sílvia Braga Munhoz da Rocha e de Caetano Munhoz da Rocha, governador do Paraná (à época o cargo era denominado de presidente do Estado).

Sua credibilidade na cobertura do turfe fez com que, por muito tempo, os apostadores das corridas de cavalo comprassem O Estado e a Tribuna para saber seus palpites antes de cada prova. Ele faleceu em casa na noite da última sexta-feira, enquanto assistia TV. Estava lúcido, sentiu dificuldades para respirar e não resistiu.

Raphael fez um trabalho espetacular para o turfe

Entre os amigos que lamentaram a morte de Raphael Munhoz da Rocha estava o diretor-presidente da Editora O Estado do Paraná, Paulo Pimentel. “Raphael foi um excelente companheiro, que teve uma dedicação fantástica aos jornais. Ele conseguiu manter uma coluna especializada em turfe quando o esporte entrava em declínio. Sua morte é uma grande perda para o meio jornalístico e para o Paraná. Ele era um grande amigo, desses que é cada vez mais raro encontrar”, afirmou.

O diagramador Mauro Gomes iniciou sua careira diagramando a página de turfe e se mostrou bastante sensibilizado. “Trabalhei por muitos anos com seu Raphael e desenvolvemos uma grande amizade. Ele era sempre bastante dedicado ao turfe, além de cuidadoso e preocupado em dar os palpites certos sobre os cavalos. Comecei minha carreira como diagramador da página de turfe e sempre ouvia que quem conseguia diagramar a página de seu Raphael conseguia diagramar todas as outras”, comentou.

O presidente do Jockey Club do Paraná, Roberto Hasenann, compareceu ao velório no início da tarde e apontou a morte de Raphael como uma grande perda para o turfe brasileiro.

“Raphael Munhoz era uma pessoa íntegra e inteligentíssima, com a qual tive convivência desde a década de oitenta. Era um grande amigo, conselheiro e desenvolvia um trabalho espetacular para o turfe”, declarou.

Voltar ao topo