Há um projeto em andamento para a criação de portais de segurança nas saídas de Curitiba, com o objetivo de monitorar o fluxo de veículos e gerar informações importantes que podem auxiliar na segurança dos cidadãos. O equipamento capacitado para isso já existe. É o temido radar, instalado em diversas regiões da cidade. Por causa da fama que possui, a máquina não é vista por sua capacidade completa.
Quando um veículo passa por um equipamento, todos os seus dados vão para um sistema de dados. As informações captadas podem ajudar em diversos sentidos, como o monitoramento do fluxo, estatísticas de trânsito, planejamento urbano, fiscalização, prevenção de acidentes e até mesmo a segurança pública. ?Foi feita uma imagem errada dos radares. Somente uma de suas ferramentas é a medição da velocidade?, explica Aldo Vendramin, diretor presidente da empresa Consilux, detentora dessa tecnologia.
Os portais de segurança utilizariam um sistema integrado de câmeras com esse programa para monitorar as entradas e saídas da cidade. As informações coletadas seriam a quantidade, tipo, situação e irregularidades dos veículos, entre outros. Os dados seriam repassados para órgãos conveniados. A ferramenta está disponível para o poder público. A única parceria existente sobre os radares é com a Prefeitura de Curitiba, que utiliza os dados sobre o trânsito para fiscalização e planejamento municipal.
Cento e dez equipamentos estão instalados em Curitiba, em todas as regiões da cidade. Os dados de cada veículo, gerados em tempo real, são transmitidos para um servidor. No ano passado, os caminhões, carros e motos que circulam em Curitiba passaram 515 milhões de vezes pelos radares. Destes, 0,04% foram multados, segundo a empresa. ?É uma minoria ruidosa para uma maioria silenciosa?, compara Vendramin.
O diretor acredita que a imagem construída de que os radares fazem parte de uma indústria da multa acaba subutilizando a tecnologia desenvolvida nos equipamentos. Vendramin diz que se pode criar uma rede interligada em várias regiões do estado, que permitiriam um monitoramento completo. Um exemplo seria usar o sistema nas rodovias, o que permitiria o acompanhamento dos trajetos dos veículos. Além disso, a tecnologia auxiliaria no planejamento de uma região. ?Existem muitas ferramentas que estão à disposição da sociedade?, comenta.