Radares móveis na BR-277 geram discussão

A presença de radares móveis no perímetro urbano da BR-277, que liga Curitiba ao litoral paranaense, tem pego de surpresa os motoristas mais apressados. No trecho que vai do Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), até as proximidades da praça de pedágio, radares da Polícia Rodoviária Federal estão fiscalizando e multando os veículos que ultrapassarem o limite de 80 km/h.

Depois de receber diversas reclamações de moradores, o presidente do Conselho Comunitário de Segurança do Água Verde, José Gil de Almeida, está pensando até em organizar uma manifestação na estrada contra o uso desse tipo de radar. Segundo ele, por se tratar de uma rodovia pedagiada, com grades de segurança e passarelas para os pedestres, o motorista sente-se induzido a dirigir a uma velocidade de até 110 km/h, o limite normal nessas condições. ?O pessoal está levando multa na ida e na volta da praia, por exemplo. A sinalização não é a adequada. É uma verdadeira arapuca?, reclamou José Gil.

A reportagem de O Estado percorreu o trecho em questão e constatou que, apesar de não haver nenhuma sinalização indicando que a rodovia estava sendo fiscalizada por radar, existiam diversas placas, bastante visíveis, apontando o limite de velocidade em 80 km/h.

O inspetor Gilson Luiz Cortiano, chefe de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraná, lembrou que o Código de Trânsito Brasileiro determina que o limite de velocidade nas rodovias federais é de 110 km/h, a não ser em trechos em que houver sinalização diferente, que é exatamente o que ocorre no perímetro urbano da BR-277.

Cortiano explicou que, apesar de ter grades de proteção e passarela, esse trecho recebe a confluência de trânsito de rodovia com trânsito urbano e, devido a esse fluxo maior, e de veículos em velocidades diferentes, a PRF decidiu reduzir o limite de velocidade.

Quanto às placas de sinalização, o inspetor informou que a resolução 146 do Conselho Nacional de Trânsito, de 27 de agosto de 2003, determinou a não obrigatoriedade de placas informando se a rodovia é fiscalizada por radares. Cabe ao motorista, então, respeitar o limite de 80 km/h.

DNIT inicia operação de fotosensores no Atuba

O Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT) iniciou nesta semana, a operação dos fotosensores implantados na região do Bolsão do Atuba, na confluência das rodovias BR-476 e BR-116, na Grande Curitiba. Até 20 de janeiro, o equipamento será usado em caráter educativo. Os motoristas serão informados sobre a presença dos equipamentos, que visam coibir o avanço do sinal vermelho e a parada sobre a faixa de pedestres.

A partir do dia 21 de janeiro, com base no Código de Trânsito Brasileiro, veículos que avançarem o sinal ou deixarem de respeitar a faixa de pedestres serão autuados com infração classificada como gravíssima, sendo penalizados com 7 pontos na carteira de habilitação e ficando sujeitos a multas de R$ 191.

Segundo David Gouvêa, coordenador do DNIT no Paraná, trata-se de um programa nacional do órgão que vai instalar 86 desses equipamentos em todo o País, visando reduzir o elevado índice de acidentes, e oferecendo maior segurança aos usuários dessas rodovias.

Ele informou também que esses equipamentos são inéditos no Paraná e atualmente operam apenas no Estado do Espírito Santo. ?Além de registrar a placa dos veículos que param sobre a faixa de pedestre e dos que avançam o sinal vermelho, o sensor também é capaz de registrar a velocidade?, alerta o coordenador. Numa primeira etapa, entretanto, os equipamentos vão punir apenas o avanço de sinal e a parada sobre a faixa. ?Se, por alguma razão, o motorista não conseguir parar seu veículo antes da faixa de pedestres, o equipamento concede 8 segundos de tolerância para que ele possa recuar?, informou o coordenador.

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