Somente este ano o Corpo de Bombeiros de Curitiba atendeu 561 ocorrências de incêndios ambientais (queimadas), em mato ou floresta. Se considerada toda região metropolitana os registros sobem para 835. É certo que 30% dessas ocorrências aconteceram no mês de agosto, época de inverno e muita estiagem.
No entanto, como afirma o tenente Leonardo dos Santos, quase todos os dias esse tipo de ?incidente? acontece. Perigosos, muitos deles nem chegam ao conhecimento dos oficiais e, ao tentar conter, a população aumenta o próprio risco.
O risco aumenta quando a mata está seca. Quase na beira da estrada, em São José dos Pinhais, saída para as praias na BR-277, esta semana a nuvem acinzentada e as chamas, próximas a casas, de longe chamavam a atenção. No entanto, quando tem fumaça e fogo, o difícil é encontrar os responsáveis.
O que acontece com freqüência é que para poupar trabalho e tempo, ao invés de roçar uma determinada área, muitas pessoas optam pelo risco. ?Como é muito mais fácil, eles acabam queimando o mato. No entanto não se prevê em que momento e de que forma o vento virá. Os perigos vêm quando o fogo se alastra muito mais que o previsto e chega a atingir residências ocasionando perdas ambientais, materiais e até de vidas?, alerta o tenente do Corpo de Bombeiros.
Como afirma o tenente Leonardo, o número de ocorrências como essas podem ser ainda maior. ?Isso acontece sempre, mas muitas pessoas nem chegam a comunicar o Corpo de Bombeiros e tentam elas mesmas conterem, sem qualquer proteção, o fogo. Isso também é perigoso?, afirma.
Além da queima de mato, outras causas de incêndios ambientais são as queimas de lixo, geralmente em terrenos baldios; bitucas de cigarro jogadas indiscriminadamente, principalmente nas beiras de estradas; e até mesmo, como explica o tenente, objetos de alumínio ou vidro que são lançados na mata. ?Esses objetos aquecidos por dias, acabam pegando fogo e ocasionando um incêndio?, afirma tenente Leonardo.
Em tempos de festas e freqüentes comemorações de torcedores do futebol, o risco também está presente, com os fogos de artifício. ?Eles costumam soltar esses buscapés, que tomam direção imprevisível e em contato com o mato, seco, pode causar um incêndio também?, alerta o tenente Leonardo dos Santos.