PUC divulga aprovados 5 dias antes do previsto

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Aprovados festejaram
com muita lama.

Lama e muita festa marcaram ontem o resultado do vestibular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). A universidade adiantou em cinco dias o resultado do concurso.

Faça o download da relação de candidatos aprovados no vestibular da PUCPR no formato .zip.

As provas foram realizadas nos dias 21 e 22 de dezembro por 14 mil inscritos. Ainda neste mês, a PUC volta a promover um novo concurso para os candidatos inscritos no Programa Universidade para Todos (ProUni), para o qual a instituição está ofertando 600 das 7.790 vagas do vestibular 2005.

O reitor Clemente Ivo Juliatto destacou que a antecipação do resultado só foi possível devido à intensificação do trabalho da equipe da comissão vestibular. Ele comentou que nesta edição do vestibular a universidade também ofereceu vagas para os candidatos integrantes do ProUni – 180 já realizaram as provas durante o concurso em dezembro. Como houve prorrogação das inscrições pelo Ministério da Educação, a PUC irá realizar outro processo seletivo no dia 27 de janeiro. O resultado desta fase sairá em três dias. Para Juliatto, o ingresso pelo vestibular dos candidatos do ProUni é justo na medida que eles conseguem a vaga pelo merecimento.

Matrículas

Os novos calouros devem realizar a matrícula entre os dias 17 e 20 de janeiro, das 9h às 16h. As aulas para todos os alunos iniciam dia 14 de fevereiro. O candidato que não comparecer dentro do prazo estipulado para efetivar a matrícula no curso em que tiver sido classificado perderá o direito à vaga. O reitor destacou ainda que a partir de segunda-feira, a PUCPR estará recebendo matrícula de transferência de novos alunos.

Festa

Enquanto o reitor da PUC divulgava a lista dos aprovados, a candidata ao curso de Direito, Larissa Grimm Bakri, de 17 anos, nem imaginava que tinha sido a primeira classificada geral no concurso. "Nem acreditava que iria passar, tampouco que seria em primeiro geral", falou, surpresa. Pelo seu desempenho, Larissa irá ganhar uma bolsa de estudos integral durante o curso. Além de Direito, Larissa também prestou vestibular para os cursos de História e Medicina em outras seis universidades no Paraná e em São Paulo.

Depois de ligar para a mãe contando a novidade, Larissa se juntou a outros aprovados que comemoraram a aprovação ao lado do campus Prado Velho. Ana Flávia Simas Marques festejava ao lado do pai, Luiz Mário Marques, a aprovação em Relações Públicas. Orgulhoso, o pai disse que a festa era em dobro, "pois é a minha quarta filha na universidade".

Patrícia Nunes também festejou em família a aprovação em Fonoaudiologia. Os pais Rosângela e Edivaldo e a irmã Talita nem se importaram com a sujeira. "Nós acompanhamos a luta dela o ano todo e nada mais justo que estarmos aqui hoje", falou Rosângela. O namorado de Patrícia, Jansen Ramos, passou em Administração.

Para Rubens Zanelatto, aprovado em Administração, o resultado foi um alívio. "Eu tirei um peso das costas, pois em outra faculdade eu não passei e fiquei muito triste", disse. Rafael Chen também caiu na lama para comemorar a vaga em Zootecnia. Ele disse que toda a sujeira do dia de ontem será "apagada" com a felicidade de entrar na universidade.

Latas de alumínio

Enquanto os calouros comemoravam a aprovação no vestibular, um grupo de crianças driblava os seguranças para recolher latas de alumínio. Um menino de 10 anos disse que iria levar o material para a mãe vender. "Nem sei quanto vou ganhar, mas acho que vai valer a pena", disse. Outro, de 9 anos, estava contente com os dois sacos plásticos que já havia recolhido. "Isso aqui com o que já tenho em casa vai dar um bom dinheiro", falou.

Cursinho para carentes custa R$ 10 por mês

Pode parecer esquisito, mas no curso pré-vestibular Formação Solidária o aluno paga somente R$ 10,00 por mês, para o custeio de material didático. "Isso é possível devido ao trabalho voluntário de 54 professores e uma equipe de apoio de 12 pessoas e uma série de parcerias", afirma Elias Bonfim, coordenador-geral da organização não governamental. O objetivo é o de oferecer à população de baixa renda acesso à educação e possibilitar a inclusão social através do ingresso do estudante na universidade.

A pré-inscrição pode ser feita pelo site www.formacaosolidaria.org.br até amanhã. A efetivação deve ser feita até o dia 14, na sede do Sindicato dos Professores do Estado do Paraná (Sinpropar), levando comprovante de renda e de residência, fotocópia de identidade e de CPF. Pode se inscrever quem tem família com renda de um salário mínimo por pessoa. Após a inscrição, os alunos precisam fazer um teste de português e matemática, para serem admitidos. Os aprovados começam as aulas em março.

A parte administrativa do Formação Solidária funciona numa sala do Sinpropar. As aulas acontecem nas sedes do Bagozi, no Portão, e do Expoente, no Santa Cândida. Além de oferecer a infra-estrutura de salas de aula, vários professores dos dois colégios prestam serviço voluntário, ministrando as aulas do curso.

Segundo Elias, dos 150 alunos que participaram do Formação Solidária em 2004, 33 passaram para a segunda fase da Universidade Federal do Paraná. Ana Carolina de Oliveira, 18, que está disputando uma vaga em Ciências Econômicas, diz que o curso foi muito proveitoso, porque a estrutura e os professores eram muito bons, como em qualquer cursinho pago. "Os professores tinham muito amor à profissão e estavam sempre dispostos a esclarecer dúvidas, inclusive por e-mail."

A estudante Gabriella Crialezi Borelli, 21, que está tentando Ciências Biológicas, afirma que foi o melhor cursinho que já fez. Ela tenta entrar na faculdade pela terceira vez. Numa das vezes, morando em Taquaritinga, interior de São Paulo, ela ganhou uma bolsa no curso Objetivo. "Mas o Formação Solidária foi o que me deu melhor preparação", diz. De acordo com ela, a amizade e a liberdade que havia entre professores e alunos é que fez a diferença. "Gostei tanto, que minha irmã vai tentar entrar no cursinho."

A história do Formação Solidária começa no final de 2002, quando foi realizado um projeto piloto para 30 estudantes carentes no Comitê para a Democratização da Informática (CDI-PR). O resultado foi tão satisfatório que os trabalhos foram ampliados e sistematizados, atendendo 60 alunos em 2003 e 150 em 2004. (Rhodrigo Deda)

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