Projeto recupera mata ciliar no oeste e sudoeste

Um projeto desenvolvido pela Coopavel Cooperativa Agro-industrial, Basf e Instituto Ambiental do Paraná (IAP) está recuperando a mata ciliar nas regiões oeste e sudoeste do Estado. Até agora, oito das 24 unidades da Coopavel, espalhadas por 17 municípios, começaram a pôr em prática o trabalho e 1,7 mil metros de mata em cada lado da Sanga Mauacá, afluente do Rio São Francisco Verdadeiro, foram reflorestados e 600 nascentes protegidas.

O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, comenta que, em conversas com agricultores mais antigos, é possível constatar que o volume de água nos rios da região caiu pela metade. Resultado do assoreamento devido a derrubada das matas ciliares. A cooperativa tenta reverter a situação junto aos seus 3,1 mil cooperados, recuperando a vegetação na margem dos rios. Dependendo do tamanho do rio, são preservados entre 30 e 40 metros de vegetação em cada uma das margens.

O agricultor Jurandir Lamb afirma que mesmo reflorestando parte do terreno, o projeto não afeta a produção de grãos devido à alta tecnologia empregada. ?Hoje você consegue produzir até 75% a mais de soja numa mesma área, por exemplo, do que antigamente?, fala. Na propriedade dele foram plantadas 450 árvores ao lado da Sanga Mauacá.

Outro agricultor, Zeferino Palaver, guarda uma foto da década de 1970 que mostra a sanga ao fundo de sua propriedade, sem nenhuma vegetação. ?Naquela época a gente derrubava o mato até a beira da sanga para plantar. De lá para cá uma parte da vegetação foi recuperada, mas nada comparado com o trabalho de agora?, comenta.

A Coopavel é responsável pela conscientização dos agricultores e o projeto técnico, a Basf com o material para as cercas, o IAP com as mudas e os agricultores com o trabalho. Até 2007, Dilvo espera que todas as filiais da cooperativa estejam engajadas no projeto. Ele diz que, além de proteger os rios e as fontes, a mata ciliar também ajuda a recuperar o lençol freático. ?Antigamente um poço artesiano tinha profundidade de 100 metros, agora é necessário buscar água a quase 200 metros?, diz Dilvo. Além disso, também está sendo feito um trabalho para evitar a contaminação dos rios com agrotóxicos.

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