Professores estaduais ameaçam cruzar os braços

Equiparação salarial, plano de cargos e salários e aposentadoria especial para diretores são algumas das reivindicações defendidas por professores e servidores de escolas estaduais do Paraná.

Caso não tenham o pleito atendido, prometem cruzar os braços por tempo indeterminado. A decisão sobre a greve será tomada durante assembléia estadual no dia 14 de junho. Ontem, em Curitiba, eles fizeram uma paralisação de alerta.

Mais de mil professores participaram da mobilização. Eles saíram da Praça Santos Andrade e seguiram em passeata até o Palácio das Araucárias, onde esperavam ser atendidos por algum representante do governo.

Segundo o presidente da APP-Sindicato, José Lemos, desde fevereiro a categoria está em negociação com a administração estadual, mas não conseguiu qualquer resultado efetivo. O único benefício foi o reajuste de 5% concedido a todo o funcionalismo. ?Os 5% foram importantes porque repõe a inflação do período, mas não basta para a educação?, disse.

A categoria defende a equiparação salarial com os demais servidores públicos com a mesma formação. Lemos lembrou que o salário inicial de um professor com ensino superior para a jornada de 40 horas é de R$ 1.557,18. Já os demais servidores que atuam em carreiras de nível superior têm vencimento inicial de R$ 2.157,73.

?E é essa diferença de 38,57% que estamos pleiteando para todos os servidores da educação?, falou o sindicalista. Ele acrescentou que apesar de a categoria formar 60% do funcionalismo do Estado, representa apenas 25% da folha de pagamento – são 125 mil pessoas, entre professores e funcionários de escolas, ativos e inativos.

Outra reivindicação é a criação de um plano de cargos e salários para os funcionários de escolas. Segundo Lemos, um projeto elaborado pela APP está com o governo, que prometeu enviar para a votação na Assembléia Legislativa até o mês de julho. ?Nós ainda não sabemos se nosso projeto foi aceito e tão pouco se o governo vai cumprir a promessa?, disse.

E outra promessa que a categoria está cobrando é a de aposentadoria especial para diretores e pedagogos. O tema que foi abordado em uma carta enviada a todos os professores do Estado pelo governador Roberto Requião, no ano de 2006, quando ele pleiteava a reeleição ao cargo.

De acordo com Lemos, o professor que é eleito diretor de escola – e pode ficar no cargo até seis anos – não consegue contar esse tempo para a aposentadoria. ?Além de não ter isso reconhecido, não tem devolvido o dinheiro que contribuiu para a previdência?, explicou. Lemos disse que em diversos estados e órgãos federais isso já vem sendo corrigido, o que ainda não aconteceu no Paraná.

Os professores permaneceram durante a tarde em frente ao Palácio das Araucárias, mas não foram recebidos pelo pessoal do governo. Segundo Lemos, Requião também proibiu outros secretários de atendê-los.

Os professores seguiram então para a Assembléia Legislativo e alguns deputados, mais o vice-governador Orlando Pessuti, que se encontrava na casa, prometeram tentar um encontro com o governo para os próximos dias para discutir as reivindicações. 

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