Professores das estaduais mantêm indicativo de greve

Os professores e servidores das universidades estaduais não descartam a possibilidade de entrar em greve, caso não haja avanço nas discussões com o governo sobre o reajuste salarial da categoria. O Comitê em Defesa do Ensino Superior Público do Paraná – que reúne representantes dos sindicatos dos técnicos e docentes das instituições de ensino superior (IES) – se reuniu ontem em Maringá para avaliar os rumos dessas negociações, bem como, os resultados da mobilização dos servidores na última terça-feira, em Curitiba. O Comitê deve voltar a se reunir nos próximos quinze dias, quando pode ser aprovado o início da greve.

Segundo a coordenadora do Comitê e presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá, Ana Estela Codato Silva, o governo se comprometeu em formar uma comissão para analisar as reivindicações dos servidores. A promessa aconteceu como resultado da mobilização na capital, quando o governo também acenou com a possibilidade de estudar o pedido de reajuste salarial. Ana Estela disse que as perdas salariais chegam a 62%, mas eles estão dispostos a negociar esse índice.

Porém, depois desse encontro, os professores foram surpreendidos com uma nota do governo dizendo que considera “difícil”, na atual conjuntura, a reivindicação dos servidores das universidades estaduais de reajuste salarial de 62%. “Esse índice é superior à capacidade de arrecadação estadual, além de ultrapassar os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal em relação aos gastos com folha de pagamento”, diz a nota. Outra afirmação do governo, que revoltou a categoria, refere-se a remuneração dos servidores.

“No atual quadro”, diz a nota, “o salário de um professor auxiliar, considerando o Tide (tempo integral de dedicação exclusiva) e o incentivo a titulação (especialidade), chega a R$ 1.699,43. Um professor assistente, com os mesmos benefícios (Tide e incentivo), recebe R$ 2.817,60. Já os professores com doutorado, incluindo o Tide e o incentivo e divididos em três categorias – adjunto, associado e titular – recebem R$ 3.957,40, R$ 4.492,30 e R$ 5.390,75 respectivamente. Esses são os maiores valores por cada classe, sem considerar que eles podem subir caso o professor receba o quinquênio”.

Segundo Ana Estela isso não é a realidade, já que o salário-base de um professor é de R$ 860,00, e com o Tide, chega a R$ 1,2 mil por 40 horas de trabalho semanais. “O que o governo está fazendo é uma contra-informação”, disse, acrescentando que em nenhum momento o governo falou do salário dos servidores técnicos, que ganham muito menos. “Nós estamos abertos para negociar, mas da forma como o governo falou, colocou os servidores como radicais”, disse.

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