Professor volta a ser acadêmico na UFPR

O professor de Física Arquelau de Oliveira Sobrinho, 58 anos, voltou a estudar. Há três anos é aluno do curso de Agronomia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Até agora, ele só sentiu benefícios por estar de volta à condição de estudante. "A gente fica desatualizado com o passar dos anos. Me sentia estacionado, parado, mesmo trabalhando. Parece que a gente não acompanha a evolução. O conhecimento traz mais experiências e um mundo novo", avalia Sobrinho.

Ainda calouro, Sobrinho foi muito bem recepcionado pelos veteranos do curso e toda a comunidade acadêmica. "Para mim, foi uma série de dificuldades no começo, pois Agronomia era totalmente diferente do que estava acostumado", conta. O professor continua trabalhando normalmente durante o dia no Colégio Lamenha Lins, onde dá aulas de Física para o ensino médio. À noite, ele estuda Agronomia no campus Juvevê na UFPR. Em meio ao estudo, Sobrinho freqüentemente encontra ex-alunos dele na universidade.

O professor está motivando os seus próprios alunos a continuar na escola e procurar algo mais para as suas vidas. "Eles gostam da idéia de eu estar estudando. Muitos diziam que iam parar de estudar, no segundo grau mesmo, mas mudaram de idéia por causa de tudo isso. Até pais de colegas meus de faculdade estão voltando a estudar depois que me conheceram", comenta.

O estudante de Agronomia, quando se formar, pretende investir em uma pesquisa que analise o comportamentos de vegetais em campos magnéticos. Assim, ele une a Agronomia à Física, as suas duas especialidades.

Para Sobrinho, é essencial que o poder público promova a inclusão da terceira idade na educação. Ele sugere a criação de uma universidade para o idoso. "Os aposentados devem ter seus potenciais reaproveitados. Têm muito tempo para viver e podem ajudar outras pessoas", acredita. Continuar trabalhando e estudar são os conselhos que Sobrinho espalham para quem quiser ouvir. "Não pare, de jeito algum", anuncia.

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