Chuvas de março

Produtores rurais prejudicados por enchente buscam sobreviver

Segundo dados do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), sobretudo no inverno, a produção da olericultura (cultivo de hortaliça) morreteana responde por 40% do abastecimento do que é comercializado pela Central de Abastecimento (Ceasa) da capital.

A atividade desenvolvida em Floresta é tão importante que a Emater, em ação conjunta com o departamento de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná (UFPR), integra a força-tarefa formada por diversos órgãos do governo para a recuperação do litoral. “Recolhemos 50 amostras de solo só de Floresta para analisar o que restou e implementar um projeto de recuperação. Claro que as medidas de correção do solo, reposição de matéria orgânica, devido ao nitrogênio, ou de nutrientes e elementos como fósforo e potássio vão depender do laudo definitivo sobre as áreas que deverão ser desabitadas”, conta o coordenador estadual de Olericultura da Emater, Iniberto Hammerschmidt.

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Ele conta que entre Morretes, Antonina e Paranaguá foram contabilizadas 715 propriedades rurais afetadas pelas enchentes e que, dependo do laudo, contarão com recomendações técnicas gratuitas da Emater. “Está nos nossos planos para o litoral promover, no início de setembro, um encontro para os hortigranjeiros receberem diversas orientações desde a recuperação do solo até a questão dos agrotóxicos”, antecipa o coordenador de Olericultura. Ele acredita em um meio termo para a solução do impasse entre os interesses dos agricultores por preservarem suas fontes de renda e, ao mesmo tempo, não colocarem suas vidas em risco. “Como as hortaliças têm ciclos rápidos, daria para permitir apenas o cultivo, pois ao que tudo indica ninguém poderá morar mais lá”, aponta o coordenador.

Ele afirma que esse tipo de solução passa por outros estudos que a Emater também está participando como o desenvolvimento de um projeto que viabilize uma ajuda financeira para os produtores, que atualmente não conseguem qualquer linha de financiamento para a produção agrícola em Floresta, e a criação de um programa reassentamento das famílias. Esse último, nada tem a ver com o convênio firmado pela Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) com as prefeituras de Morretes e Antonia para a construção de 144 unidades habitacionais de 43 metros quadrados.