Prevenção ao transtorno alimentar

Pular refeições, ingerir muita gordura e comidas industrializadas podem trazer diversos problemas para o organismo. As conseqüências são maiores se esses indivíduos forem crianças e adolescentes, que além da obesidade, podem sofrer de outros transtornos alimentares associados a questão psicológicas, que terão reflexo negativo na vida adulta. Quem faz o alerta é a médica Sheyla Santos Quelle Alonso, que ressalta ainda que as crianças sofrem de outro problema, a compensação de afeto.

"Muitas vezes os avós e os próprios pais, na intenção de agradar ou compensar a ausência, oferecem comida em abundância e fora de hora. Isso já é uma questão cultural, mas que pode representar um erro na alimentação", falou. Pular as refeições também é um erro, diz Sheyla, tanto para crianças quanto para adultos. "Pois além de ingerirmos uma quantidade maior de alimentos na próxima refeição, o cérebro interpreta que a pessoa está passando fome e vai absorver muito mais dessa alimentação, o que pode refletir no aumento do peso." Ela ressalta que o ideal é fazer de cinco a seis refeições por dia, sempre em pequenas quantidades. "O café da manhã, almoço e jantar precisam ser intercalados com lanches à base de frutas, cereais ou iogurte", explicou.

A alimentação desregrada também pode ser a responsável por transtornos alimentares, que acabam sendo potencializados por questões psicológicas. Entre esses problemas está a bulimia, que é caracterizada pela preocupação excessiva de perder peso e ingestão compulsiva de alimentos, com posterior eliminação da comida por vômitos provocados. Outro problema é a anorexia nervosa, que está ligada a um medo exagerado de emagrecer, que faz com que a pessoa reduza muito a alimentação. A médica comenta que além da mídia – que impõe um padrão de beleza difícil de ser alcançado pela média geral da população -, família e amigos também podem ter influência. "Muitos brincam com a imagem da criança, dizendo que ele está gordinho, ou até dando apelidos. Isso mexe diretamente com a auto-imagem e faz com que ele adote medidas drásticas para mudar essa situação", comentou.

Sinais

A faixa etária onde os transtornos alimentares são mais freqüentes é de 12 anos para os meninos e 10 anos para as meninas.

Sheyla diz que é a partir dessa idade que as crianças começam a sentir atração pelo sexo oposto e se preocupar com a aparência. Ela ressalta que os pais precisam ficar atentos a alguns sinais que podem ajudar a identificar os distúrbios. Entre eles, observar se os filhos passam muito tempo trancados no banheiro, se tem dificuldades para escolher uma roupa, se estão emagrecendo, apesar de se alimentar normalmente, ou se isolam das pessoas. Alimentos faltando na geladeira também pode ser um sinal, assim como a ocorrência freqüente de diarréia, e mesmo com a prática de exercícios a pessoa continua engordando.

A médica destaca que quanto mais cedo o problema for identificado, menos conseqüências ele trará para a vida adulta. "Os erros na alimentação, obesidade e outros distúrbios quanto mais tarde forem corrigidos, mais reflexos terão na vida adulta", finalizou.

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