Presa quadrilha de tráfico de animais

Operação realizada ontem pela Polícia Federal (PF) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fez a maior apreensão de material para captura e transporte de animais silvestres já realizada no Paraná. A ação ainda ajudou a PF a prender o que ela chamou de uma organização de traficantes internacionais, que agia em todo o País. Além de quase 290 caixas de madeira utilizadas para o contrabando, gaiolas e arapucas, a operação recuperou 10 animais, que estavam em poder dos traficantes no Paraná. Uma pessoa foi presa no Estado.

Batizada de Trinca-ferro, a operação prendeu outras oito pessoas em vários estados do Brasil e recuperou cerca de duas mil aves também no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e até mesmo na Argentina. A quadrilha capturava, intermediava, comprava e vendia animais silvestres brasileiros, argentinos e uruguaios, que eram negociados no País e no exterior. ?Da Argentina e do Uruguai traziam para o Brasil flamingos e cardeais amarelos que, em extinção, valem muito no mercado negro?, afirmou o gerente-executivo do Ibama no RS, Fernando Falcão. Segundo ele, uma arara azul chega a ser vendida na Europa por até 50 mil reais.

No Paraná, as ações aconteceram em Piraquara e em Curitiba. De acordo com a coordenadora do Núcleo de Fauna e Recursos de Pesquisa do Ibama em Curitiba, Cosete Xavier da Silva, alguns dos animais, entre eles tartarugas e papagaios-de-peito-roxo, estavam em situações muito ruins. Eles foram levados para uma das sedes do Ibama na cidade, onde receberão tratamento veterinário. ?Só depois de uma completa avaliação do estado desses animais saberemos se poderão ser devolvidos à natureza?, explica a coordenadora.

Silva não soube informar quantos animais a quadrilha já teria capturado e nem há quanto tempo operavam no Paraná. ?Mas o fato de termos tirado de circulação todo esse equipamento deve diminuir consideravelmente a caça no Estado?, avaliou.

Demais estados

As investigações que levaram às prisões começaram em março de 2005, no município de Santa Rosa (RS), coordenadas pela Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Superintendência do Rio Grande do Sul (Delemaph-RS) em conjunto com o Comando Ambiental da Brigada Militar do Rio Grande do Sul. Os suspeitos foram presos em Santa Rosa, Alvorada (RS), Gravataí (RS), Itajaí (SC), Balneário Camboriú (SC), Itapema (SC), Campinas (SP) e Belo Horizonte (MG).

Também foram apreendidos documentos e equipamentos relacionados ao transporte e captura dos animais em outros estados. Os acusados responderão por formação de quadrilha, introdução irregular de animais no País, maus tratos e tráfico de animais silvestres. 

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