Prefeitura recebe estudantes para falar sobre o “Passe Livre”

Estudantes secundaristas realizaram uma passeata pelas ruas do centro de Curitiba, na manhã desta quinta-feira (15). Os manifestantes exigiam uma audiência com o prefeito Beto Richa, para tratar da questão do passe livre, no entanto, eles foram recebidos pelo secretário municipal de Governo, Rui Hara, e o presidente da Urbanização de Curitiba S.A (Urbs), Paulo Schmidt.

No encontro uma comissão de estudantes secundaristas apresentaram propostas para a implantação do passe livre estudantil no transporte coletivo da cidade. Mas de acordo com o site da Prefeitura de Curitiba, o presidente da Urbs lembrou que a Prefeitura não pode arcar sozinha com o custo de implantar esse benefício, sem que isso tenha um impacto na tarifa de ônibus, o que traria prejuízo aos passageiros em geral.

Foto: Lucimar do Carmo

Paulo Schmidt foi o representate da Urbs na reunião.

"Outras instâncias de governo, como os governos estadual e federal, prefeituras vizinhas, instituições metropolitanas e o Poder Legislativo precisam contribuir com a discussão e com os custos", explicou Schmidt.

"Além disso, constitucionalmente, a Prefeitura não pode aplicar recursos para financiar uma área pela qual ela não tem responsabilidade, caso do ensino médio, que é responsabilidade dos governos estadual e federal", afirmou.

Após a reunião, ficou acertado um novo encontro, na segunda-feira, desta vez na Câmara Municipal, com a presença do presidente da Casa, vereador João Cláudio Derosso.

Nessa nova reunião será discutido a possibilidade de ser convocada uma audiência pública na Câmara para debater propostas de financiamento para o passe livre.

"Foi um encontro positivo, houve diálogo, e conseguimos apresentar nossas reivindicações", disse o presidente da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), Rafael Clabonde.

"Damos um voto de confiança para a Prefeitura, que se comprometeu a participar da reunião na Câmara Municipal", completou a estudante Fabiana Zelinski, presidente da União Paranaense de Estudantes (UPE).
 
Clima Tenso

Foto: Lucimar do Carmo

Estudantes se enfrentaram durante a manifestação.

Antes disso, em frente ao prédio da administração municipal, o clima ficou tenso com a presença de policiais do batalhão de choque da polícia militar. No fim houve confronto entre os próprios estudantes que resultou na depredação de um ônibus escolar.

No início de abril, aconteceu algo semelhante quando estudantes promoveram uma manifestação que terminou em quebra-quebra, com a guarda municipal. Na época dois estudantes foram presos e um acabou hospitalizado. Os manifestantes também realizaram um protesto na Câmara de Vereadores em prol do passe livre.

Passe Escolar

Para ter direito ao passe escolar, o estudante precisa atender os requisitos da legislação municipal: morar e estudar em Curitiba, em instituições de ensino regular de primeiro, segundo e terceiro grau, com uma distância maior que um quilômetro entre a casa e a escola. O critério de renda familiar varia conforme o número de filhos matriculados no ensino regular. Para um filho, a renda máxima familiar é de três salários mínimos; para dois filhos, renda máxima de quatro salários mínimos; para três ou mais filhos, renda máxima de cinco salários mínimos.

De acordo com a Prefeitura, o município paga o transporte de 4.900 estudantes de Curitiba e oferece locomoção para 2.400 estudantes da educação especial através do Sistema Integrado de Transporte para o Ensino Especial (SITES). Investimento que, segundo a Prefeitura, gira em torno de R$ 9,23 milhões por ano.

Mais informaçoes você vai encontrar na edição de amanhã dos jornais O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná.

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