Prefeitura faz raio-X das calçadas da capital

A situação das calçadas de Curitiba está sendo avaliada pela Prefeitura. A iniciativa partiu do grande número de reclamações no telefone 156. São vários buracos espalhados nas calçadas da cidade, formados pela falta de manutenção, pelo aparecimento das raízes de árvores e pela imprudência de muitos cidadãos.

A Prefeitura recebe muitas queixas de quedas, tropeços (principalmente de idosos) e de interrupções no trajeto do pedestre. Uma equipe formada por integrantes do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e das secretarias de Urbanismo e Meio Ambiente está fazendo um levantamento com o objetivo de criar um plano de ação para as calçadas.

O diretor executivo de projetos do Ippuc, Maurício Melara, diz que o diagnóstico faz parte do plano de 180 dias divulgado pelo prefeito Beto Richa. A situação das calçadas torna-se um grande problema porque são 8,5 mil quilômetros desse tipo de pavimentação na cidade. "Não é simples resolver este problema. Por isso existe um comitê de estudos que está trabalhando na fase de diagnóstico. Queremos ver quais são os problemas e quem são os grandes destruidores das calçadas", afirma.

De acordo com Melara, as calçadas sofrem com o estacionamento de carros-forte, com as caçambas colocadas irregularmente e com a falta de conhecimento dos proprietários de imóveis sobre a obrigação de cuidá-las. "Por lei, a responsabilidade de conservação da calçada é do proprietário do imóvel e muitos não sabem disso. Mas o poder público precisa criar uma diretriz para que todos façam da mesma maneira", explica.

O estilo das calçadas da esquina das ruas Barão de Cerro Azul e Treze de Maio, no centro da cidade, é uma alternativa indicada por Melara. A parte onde a maioria das pedestres anda é feita de blocos de concreto que se encaixam. Eles são removíveis, o que facilita o trabalho das empresas que necessitam fazer manutenção de cabos subterrâneos. Na borda da calçada há a tradicional cobertura petit pavet, pequenas pedras brancas e pretas que compõem desenhos. "Essa é uma boa alternativa porque as equipes de manutenção não precisam fazer buracos enormes na calçada. Os blocos são fáceis de manusear e resistentes. A característica urbanística também é mantida com os petit pavet", salienta. O levantamento começou no centro de Curitiba e foi em direção aos bairros. A comissão de estudos deve finalizar a fase de diagnóstico na semana que vem. Depois disso, serão apontadas as soluções para o problema. Segundo Melara, essa tarefa é árdua porque existem diversas alternativas, inclusive em outros países, mas que possuem um alto custo. Isso dificultaria as suas aplicações.

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