Prefeitura de Maringá interdita terminal

O terminal metropolitano de Maringá foi interditado depois que uma empresa contratada pela Prefeitura emitiu um laudo afirmando que toda a estrutura do prédio está comprometida e oferece riscos aos passageiros e comerciantes que trabalham no local. A decisão passa a valer a partir de hoje e foi tomada pelo Executivo municipal, em conjunto com outros órgãos ligados ao problema, como o Corpo de Bombeiros e o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), em uma reunião realizada ontem pela manhã. A Prefeitura pretende demolir o prédio, construído em 1963, mas os proprietários de lojas e locatários anunciaram que vão entrar na Justiça contra a medida. Afirmam que possuem outro documento, que mostra que o prédio não oferece riscos.

Segundo o coordenador de Políticas Urbanas e Meio Ambiente, Guatassara Boeira, há um mês um pilar que sustenta a viga do telhado apresentou problemas e anteriormente parte do reboco caiu, ferindo três pessoas. A Prefeitura decidiu contratar uma empresa para fazer um levantamento sobre as condições do local. O trabalho foi feito pelo engenheiro Miguel Fujinami, que, segundo a Prefeitura, é especializado em consultoria e perícia de engenharia civil. No documento, ele afirma que o imóvel encontra-se em estado avançado de deterioração por falta de reparos e pouca coisa se aproveitaria das instalações atuais. Diante disso, segundo Guatassara, a Prefeitura pretende demolir o terminal, já que uma recuperação custaria três vezes mais do que erguer outro.

O terminal opera em sistema público-privado, onde a Prefeitura detém 55% da área e o restante pertence a lojistas particulares, formando uma espécie de condomínio. O síndico Hofine Salem diz que possui um laudo emitido por engenheiros da administração anterior que atesta que o local não oferece perigo, bastaria uma reforma. Hoje eles devem procurar a Justiça para evitar a demolição. Salem também vai pedir que o sindicato dos engenheiros elabore outro relatório sobre as condições do prédio. ?São 250 famílias, entre proprietários e locatários, que dependem das 45 lojas para sobreviver. A Prefeitura nunca investiu nada do que arrecadou todos esses anos com o terminal?, reclama Salem, destacando que a construção tem valor arquitetônico e histórico para o município. A ordem de interdição foi entregue ontem ao síndico pela Procuradoria da Prefeitura.

Para o síndico, a medida adotada pela Prefeitura é política, já que existe um outro projeto para a área. Com a execução do novo Plano Diretor, os terminais de ônibus urbanos e metropolitanos serão rebaixados e poderão servir de opção para acomodar, em modernas instalações no subsolo, o comércio que hoje atua naquela área. O subsolo também deve abrigar uma estação ferroviária e um estacionamento para dois mil carros.

O destino dos lojistas ainda é incerto, mas a Prefeitura prometeu dar todo o apoio no processo de mudança e a situação deve ser definida nos próximos dias. Já as linhas de ônibus que atendem a quatro cidades da Região Metropolitana de Maringá – Paiçandu, Sarandi, Marialva e Iguaraçu – foram deslocadas para ruas próximas, onde a Prefeitura vai construir abrigos provisórios.

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