Prefeitura de Curitiba reaproveita postes da antiga BR-116

Pintar, soldar, reaproveitar materiais. No pátio da Secretaria de Obras Públicas de Curitiba (Smop) foi montada uma verdadeira serralheria para reformar os postes e luminárias retirados da BR-116, no trecho onde está sendo construída a Linha Verde e, assim, economizar recursos para a reposição de iluminação nas ruas. Dos 600 postes que devem ser aproveitados, 73 já foram reinstalados em parques e praças da capital, a pouco mais de 10% do valor que se gastaria para comprar um novo.

A iniciativa, que o diretor do departamento de Iluminação Pública da Prefeitura, Ivan Martins, acredita ser inédita no País, foi escolhida para ser apresentada em um evento de gestão de iluminação pública que acontecerá mês que vem, em São Paulo, reunindo representantes de todas as capitais brasileiras. A escolha teria acontecido devido à viabilidade econômica do reaproveitamento. ?Um poste desses, novo, com as luminárias, custa cerca de R$ 4 mil; com a recuperação, gastamos cerca de R$ 500 em cada um?, compara.

A praxe, antes, seria leiloar o material a preço de sucata. Vendido por quilo, perderia valor. No entanto, o estado dos postes e luminárias da antiga BR os quais teriam de ser mesmo trocados, uma vez que não se encaixam nos padrões do projeto da Linha Verde deixava claro que poderiam ser reaproveitados. ?Ao passo que muitas ruas, praças e parques, além de campos de futebol, necessitavam deles?, complementa o diretor.

A secretaria passou, então, a uma ?maratona? para fazer a reciclagem do material. ?É um trabalho totalmente artesanal. A gente desmonta, solda, monta novamente, pinta, separa o que pode ou não ser reaproveitado. Só vira sucata o que não tem mais jeito mesmo?, diz Martins. Cerca de R$ 15 mil foram investidos para montar a oficina no pátio da Smop. ?O valor já pôde ser compensado com o aproveitamento dos primeiros quatro postes.? Fora os que já foram instalados, outros 200 estão guardados em um depósito aguardando demanda e capacidade técnica para serem recolocados.


O processo de restauração vai da revisão total no sistema
elétrico até reaproveitamento das partes de metal.

Luminárias

Além dos postes retirados da Linha Verde, a Prefeitura também está aproveitando as luminárias trocadas em várias partes da cidade. Como as alterações nas ruas (pavimentação, largura, fluxo de veículos e pessoas, além de características comerciais ou residenciais) exigem readequação da iluminação, o que não serve mais para uma determinada via vai para a reforma também, a fim de ser usado em outra. Cerca de mil luminárias já foram retiradas do Centro e terão os bairros como destino. ?Lavamos, trocamos os vidros e refletores e mandamos para as ruas de novo?, diz Martins.

As novas, com maior grau de eficiência e refletores melhores, acabam exigindo lâmpadas de menor potência, resultando em economia de energia. ?Até o final de 2006, gastávamos R$ 1,75 milhão com iluminação pública por mês. Já reduzimos este valor para R$ 1,55 milhão.? Até agora, dez mil luminárias foram trocadas em toda a cidade. A Prefeitura pretende trocar outras 30 mil até o final deste ano. 

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