População de Londrina não tem acesso a postos de saúde

Ontem foi o primeiro dia de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde de Londrina depois de 94 dias de paralisação dos servidores municipais. Dos 71 postos que a Prefeitura possui, 45 ficaram fechados durante toda a greve. E para que voltem a funcionar terão de ser preparados para a normalização do atendimento à população. ?Para reorganizar as unidades, além da assepsia de equipamentos, materiais e do espaço físico, precisamos fazer um levantamento das necessidades de cada unidade e a escala dos funcionários para voltar a funcionar normalmente?, informou a diretora executiva da Secretaria de Saúde, Marlene Zucoli.

Esse trabalho começou a ser realizado ontem. De acordo com a diretora, os funcionários que estão retornando deverão realizar o trabalho técnico para garantir a eficiência do atendimento. Ela observou, no entanto, que nem todas as unidades poderão ser reabertas hoje, já que terá de ser feito um monitoramento do retorno dos funcionários para garantir a reabertura.

Do outro lado, o Sindicato dos Servidores Municipais de Londrina (Sindserv) acusa a Prefeitura de deixar os postos de saúde em estado de abandono. Segundo uma nota do sindicato, os locais que apresentavam problemas de estrutura tiveram o quadro agravado no período de paralisação. ?Durante a greve, não houve a manutenção dos prédios por parte da administração?, acusa a nota, que completa que a direção do Sindserv visitou ontem os locais de trabalho e constatou falhas graves na unidade do Jardim Bandeirantes, onde uma coluna do teto no corredor cedeu. ?Há infiltrações por todo o prédio, além de rachaduras. Há risco de curto-circuito, por isso, em dias de chuva, será recomendado que se desliguem lâmpadas e ventiladores. No mesmo local, os envelopes usados para guardar as guias de atendimento dos pacientes não são trocadas há um ano por falta de material fornecido pela secretaria?, diz o comunicado.

A diretora executiva rebate, dizendo que a maioria das unidades sofreu atos de depredação e que a Secretaria de Saúde teria constatado um grande número de telhas e vidros quebrados. ?Já fizemos um orçamento, em torno de R$ 11 mil, para o conserto das unidades. Os trabalhos começaram e deverão continuar por toda a semana que vem?, esclareceu.

Zucoli orientou para as pessoas que necessitarem de atendimento emergencial que continuem procurando as unidades de urgência e emergência, que são as unidades 16 horas dos jardins Maria Cecília e União da Vitória, a unidade 24 horas do Jardim Leonor, o Pronto-Atendimento Municipal (PAM) Adulto e Infantil, e o Serviço Móvel de Urgência (Samu), Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergência (Siate) e a Maternidade Municipal Lucilla Ballalai. Já as 26 unidades básicas de saúde que estavam funcionando parcialmente devem normalizar o atendimento na segunda-feira.

Paralisação continua

A decisão de reabrir as unidades foi tomada na quinta-feira, em uma assembléia dos servidores. A abertura foi forçada por uma decisão do Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná, que havia determinado que o Sindicato dos Servidores Municipais de Londrina (Sindserv) reabrisse imediatamente os postos de saúde, sob pena de multa de R$ 20 mil por dia. Duas assembléias foram marcadas para a próxima semana, quando todos os servidores devem comparecer às concentrações em frente ao prédio da Prefeitura. Os servidores dos demais setores vão continuar a greve.

Voltar ao topo