Ponte sobre Rio Verde terá obras emergenciais

A Prefeitura de Araucária liberou R$ 20 mil para obras emergenciais na ponte da Colônia Cristina, que atravessa a represa do Rio Verde, ligando as áreas rurais de Araucária e Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba. A ponte, feita em madeira, representa perigo para os cerca de dois mil usuários que passam diariamente pelo local. A situação do local hoje é a mesma da encontrada pela reportagem de O Estado há quatro meses: há buracos, tábuas soltas e apodrecidas e, para piorar, há algumas semanas freqüentadores atearam fogo em diversos pontos da ponte. As prefeituras das duas cidades reconhecem que a ponte necessita de uma revitalização completa para se tornar novamente segura, mas, por enquanto, as negociações para obras definitivas ainda não estão definidas.

As medidas paliativas – que devem ser aplicadas dentro das próximas semanas e envolverão troca de madeiras soltas e prejudicadas e reforço da parte estrutural – serão apenas para que a circulação dos automóveis se torne um pouco mais segura aos motoristas. O lavrador Antônio Bobniak passa de carro pelo local três vezes por semana. Segundo ele, a travessia é acompanhada de reza para que nenhuma tábua se rompa. "Essa ponte é uma vergonha tanto para Campo Largo quanto para Araucária. Se continuar do jeito que está, um dia ela desaba. Só espero que ninguém esteja em cima no dia que isso acontecer", diz.

Muito utilizada por pescadores, a ponte é a principal alternativa para quem precisa atravessar a represa. "Mas dá muito medo passar por ela. O risco é imenso, principalmente para as crianças pequenas, que ao caírem nos buracos podem ir parar no rio e se afogar", comenta um dos pescadores, o eletricista Luiz Fernando Netzel.

O fotógrafo Valdenir Jacob Rossa, que também é pescador, acredita que o fato de usuários terem ateado fogo na ponte foi, na verdade, uma forma de protesto. "Acho que as pessoas que colocaram fogo não fizeram isso por vandalismo, mas para chamar a atenção das autoridades competentes sobre a situação precária da ponte. Entretanto, acabaram agravando ainda mais o problema".

Prefeituras

Segundo o secretário de governo de Campo Largo, Udo Schmidt, já existe um pré-projeto de reestruturação total da ponte, elaborado recentemente. O documento aponta que, como solução definitiva, há necessidade de R$ 350 mil para que a estrutura volte a ter boas condições de tráfego. "A Prefeitura de Campo Largo não tem como bancar isto sozinha. Por isso, fizemos contato com a Prefeitura de Araucária com o objetivo de estabelecer uma parceria", informa.

A Secretaria de Obras Públicas e Urbanismo de Araucária confirma que está havendo negociações com Campo Largo e revela que a intenção é de que a refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), que se utiliza da represa do Rio Verde, também contribua com as obras. Segundo a secretaria, a última reforma total feita na ponte foi em 1994, sob iniciativa das prefeituras de Campo Largo e Araucária.

A Repar informou, via assessoria de imprensa, que até o momento não houve qualquer tipo de negociação para que haja participação da refinaria nos custos da revitalização. No entanto, ressalva, a ponte é de responsabilidade do poder público e não há qualquer responsabilidade legal da Repar sobre a ponte.

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