Pneus viram carvão para indústria

Preservar o meio ambiente e dar mais uma opção aos fabricantes e importadores de pneus para uma destinação final aos produtos inservíveis motivou a mestranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (Cefet-PR), Teotônia Ramos Fonseca, a estudar o reaproveitamento de pneus velhos para obtenção de carvão ativado para uso industrial. A eficiência já foi comprovada em laboratório.

"Essa questão do pneu é bem problemática", acentuou. Tanto que o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) vai exigir, a partir do dia 1.º de janeiro de 2005, por meio da Resolução 258, de 26 de agosto de 1999, que para cada quatro pneus novos fabricados no País ou importados, inclusive os que acompanham os veículos, as empresas fabricantes e as importadoras deverão dar destinação final a cinco pneus inservíveis.

Formada em Química Ambiental, Teotônia também buscou em sua pesquisa uma alternativa para evitar cortes de árvores na produção do carvão mineral utilizado nas indústrias. Esse carvão também é obtido a partir das cascas de côco. O carvão funciona como filtro na limpeza dos efluentes normalmente contaminados com metais, emitidos pelas indústrias. Segundo a mestranda, em um dos limites estabelecidos pelo Conama, que é de no máximo 0,5 mg de cobre por litro de água, o teste com o carvão fabricado por ela mostrou a eficiência. O volume encontrado após passar pelo filtro foi de 0,2 mg.

Do trabalho de obtenção do carvão, feito por meio de pirólise (combustão na ausência de oxigênio), resultou também óleo combustível. "Ambos resultados podem ser comercializados, pois apresentam eficiência em substituir carvão mineral e outros óleos combustíveis, como o diesel", assegura a estudante. O estudo começou há um ano e nove meses. O resultado deve ser apresentado em março do próximo ano.

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