Pinheiro-do-paraná segue ameaçado de extinção

As florestas da espécie Araucaria angustifolia, o conhecido pinheiro-do-paraná, símbolo do Estado, podem estar perto do fim. A constatação, feita pelo diretor executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS), Clóvis Borges, não é novidade, mas reflete o enorme trabalho de preservação que ainda é necessário para que a espécie não desapareça. E hoje, no Dia Mundial do Meio Ambiente, a discussão ganha maiores proporções. O que está sendo feito para preservar as florestas que sobraram?

De acordo com Clóvis, o problema, que vêm sendo discutido ao longo dos anos, não foi solucionado pela falta de criação de programas mais efetivos de combate ao desmatamento, além de uma maior conscientização da sociedade. Segundo o último levantamento da Fundação de Pesquisa Florestal do Paraná (Fupef) apenas 0,8% do total de 8 milhões de hectares que existiam dessa espécie no Estado ainda permanecem intactos.

A cultura madeireira, com o forte extrativismo no início do século XX e, logo em seguida, o início da cultura agrícola e pecuária, foram os principais causadores da escassez atual da araucária, segundo Clóvis. “A situação vai de mal a pior. Temos que ser realistas e o cenário não é nada favorável. Algo deveria ter sido feito quando percebemos que o caso já estava crítico”, lamenta.

Outro ponto levantado pelo diretor da SPVS são as pequenas e médias madeireiras, que continuam trabalhando em regiões da floresta em extinção. Ele afirma que não existe fiscalização nesses locais: “Ainda falta um instrumento, uma legislação que combata o desmatamento com eficiência, preservando a natureza”.

Agricultura

A agricultura, alavanca econômica do Estado, também tem sua parcela de influência na redução das florestas de araucária, na opinião do ambientalista. Ele conta que depois do ciclo de extração da madeira, grande parte dos terrenos onde árvores foram derrubadas eram utilizados para o plantio. Borges explica que não é contrário ao desenvolvimento agrícola no Estado, que envolve muita riqueza, mas ressalta que faltou uma política de controle da exploração das florestas.

“Quanto vale um floresta? A preservação é essencial, mas os produtores agrícolas não pensam da mesma maneira. Para eles é mais rentável derrubar as árvores e cultivar soja, por exemplo. O governo poderia intervir nessa situação”, considera.

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