Pesquisa vai recuperar robalos no litoral

Pesquisadores do Projeto de Repovoamento do Litoral Paranaense com Alevinos de Robalo fizeram ontem a primeira soltura dos peixes na Baía de Guaratuba. Cerca de 30 mil exemplares produzidos em cativeiro ganharam a liberdade nas águas da baía. Até o fim do projeto a meta é soltar 300 mil alevinos. Segundo o coordenador do projeto, Fabiano Bendhack, a piscicultura marinha ainda é pouco pesquisada no Brasil, e a experiência vai dar suporte para a produção comercial, evitando a pesca predatória da espécie.

O robalo é uma espécie muito procurada por pescadores esportivos e comerciais pela qualidade da carne. Por isso mesmo, com o passar do tempo, o peixe foi se tornando escasso na baía. ?Os pescadores dizem que há alguns anos traziam até 20 robalos numa saída, mas agora há vezes em que não conseguem nenhum?, comenta Fabiano.

O projeto começou no início do ano passado, desenvolvido por Fabiano, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC), em parceria com a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, no Centro de Produção e Propagação de Organismo Marinhos (CPPOM), em Guaratuba, e com apoio da Prefeitura local.

Fabiano diz que o trabalho de produção é complicado e exige uma série de cuidados. As matrizes são retiradas do mar e demoram até seis meses para se adaptarem ao cativeiro. Só depois disso é que os pesquisadores fazem a indução para a desova em laboratório. Em seguida, nascem as larvas, que são alimentadas durante 60 dias com microalgas e zooplâncton. Depois que se transformam em alevinos, ficam durante 15 dias em tanques até se fortalecer para agüentar o estresse da viagem até o mar. ?Eles são muito sensíveis e se não houver estes cuidados todos eles podem morrer no transporte?, comenta o professor.

O objetivo é repovoar a Baía de Guaratuba. Daqui há dois anos será feito um monitoramento para saber se a população de robalos aumentou. Segundo Fabiano, não se sabe ao certo a quantidade de peixes que vai chegar à fase adulta. Existem espécies em que o sucesso é de 50% e outras de 5%. O estudo também deve dar esta resposta.

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