Pesquisa coordenada por historiadora da UFPR enfoca a Lapa e o tropeirismo

Uma nova publicação sobre o maior centro histórico tombado do Paraná está sendo lançada em Curitiba. É o livro ?A Lapa e o Tropeirismo?, resultado de pesquisa coordenada  pela historiadora da UFPR Márcia Kersten com apoio do Instituto  do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional  – IPHAN.  Foi um projeto desenvolvido em 60 municípios brasileiros com a finalidade de preservar a memória. No Paraná a IPHAN definiu que o trabalho deveria ser desenvolvido na Lapa, explica a historiadora aposentada da UFPR.

Foram três anos ouvindo depoimentos e de análise de documentos, destaca a pesquisadora. Trata-se de um inventário da cidade da Lapa, com referências culturais, informações sobre o tropeirismo, linguajar tropeiro, costumes, comidas e bebidas que até hoje fazem parte da vida dos lapeanos. Ainda referência sobre os lugares históricos e as celebrações religiosas deixadas pelos tropeiros.

Nas escolas

Para mostrar o quanto a história da Lapa permanece viva,  a  equipe de pesquisadores entrevistou estudantes para que dessem depoimentos sobre a cidade. Um deles foi  de um aluno  de apenas nove anos que está reproduzido no livro. O menino disse que  ?O Tropeiro é um homem que andava a cavalo de bombacha, chapéu e botas  e tomava o famoso chimarrão, cortava o caminho pelos verdes  do Paraná e fazia arroz carreteiro.  Ainda hoje as rodas de chimarrão em grandes cozinhas e em volta do fogão a lenha são mantidas pelos descendentes dos tropeiros.

Os principais pratos reconhecidos como herança da época em que as tropas passavam pela Lapa vindos do Rio Grande do Sul a caminho de São Paulo, são quirerinha lapeana, o arroz carreteiro, virado de feijão, paçoca de carne e feijão tropeiro. Entre os séculos XVII e XIX a alimentação era  tarefa para os homens. O cozinheiro e um grupo de pessoas iam à frente para preparar a refeição e  esperar os demais. O livro traz também receita dos pratos típicos.

Há ainda informações sobre o surgimento das profissões de marceneiro, carpinteiro e ferreiro, que nasceram da necessidade de fabricar carroças. Fechadas com toldos, elas transportavam  erva-mate e madeira, além de passageiros ao Porto de Paranaguá. Todos os capítulos são amplamente ilustrados.

O livro será uma das atrações dias 1º e 2 de setembro num Seminário que será realizado na Fundação Cultural de Curitiba, sobre  ?Patrimônio Imaterial?. O livro estará sendo vendido por R$ 35,00.

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