Período de chuvas favorece aumento de casos de leptospirose

Após o contato com a água contaminada, o período de incubação da doença é em média de sete a 14 dias, explica a chefe da Divisão de Zoonoses e Intoxicações, Gisélia Rúbio. Ela salienta que a doença só é detectada com maior segurança com a realização de exames laboratoriais feitos uma semana depois do início dos sintomas. É imprescindível procurar um médico e alertá-lo sobre contato com áreas de risco para a contaminação.

?Embora 90% dos casos tenham uma evolução benigna, a doença pode levar à morte se não for bem tratada. No ano passado tivemos uma taxa de letalidade de 11% no Paraná?, explica Gisélia. Em 2006 foram confirmados 289 casos, com 33 mortes em todo o Estado. Neste ano foram confirmadas 177 pessoas com a doença e 18 óbitos, segundo dados parciais.

Sintomas – Os primeiros sintomas da doença são febre alta, mal-estar, dores de cabeça constantes e intensas, dores pelo corpo, principalmente na panturrilha (barriga da perna), cansaço e calafrios. Também são freqüentes dores abdominais, náuseas, vômitos, diarréia e desidratação. É comum que os olhos fiquem amarelados. Em algumas pessoas os sintomas reaparecem após dois ou três dias de aparente melhora, podendo evoluir para um quadro grave de insuficiência renal e respiratória.

Controle de roedores ? Na tentativa de controlar os ratos que, eventualmente, estejam alojados nas casas ou quintais, a população, sem orientação técnica, tenta em vão utilizar meios equivocados para este fim. Um exemplo é a compra em locais duvidosos de raticidas. Pela avaliação dos serviços de saúde, esses produtos são, na maioria das vezes, clandestinos, o que representa um grande risco para a saúde da família, principalmente das crianças, idosos e até mesmo pequenos animais domésticos, pois pode provocar um aumento dos casos de intoxicações acidentais com estes venenos.

Já para o controle efetivo dos ratos, esses produtos são totalmente ineficientes. Existe um equilíbrio biológico dentro das colônias de ratos. A própria natureza se encarrega de eliminar os animais doentes e induzir o cio das fêmeas quando necessário para substituí-los. Já com a intervenção errada do homem em tentar controlá-los com venenos inapropriados (para cada espécie, existe um tipo específico de veneno) ocorre uma desorganização na colônia, chamado efeito bumerangue, no qual, inicialmente, tem-se a impressão de que os ratos morreram, mas logo após alguns dias, observa-se um aumento no número de animais.

Para uma espécie de animal se instalar em um ambiente, ela precisa de alguns fatores determinantes: acesso, abrigo, alimento e água. Isto serve para ratos, pombos, aranha marrom, escorpiões, baratas, mosquito da dengue, e outras pragas. A população deve tentar identificar por onde os ratos entraram na sua propriedade, onde eles estão escondidos, o que está servindo de alimento e onde buscam água. Orientações técnicas sobre controle de roedores podem ser obtidos nas Vigilâncias Sanitárias municipais de todo o Estado ou nos Centros de Controle de Zoonoses (Curitiba, São José dos Pinhais, Pinhais, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu e Maringá).

Cuidados importantes antes e depois da enchente (BOX)

· Não jogar lixo ou objetos nos rios e bueiros. Isso represa as águas e com a chuva pode causar enchentes;
· Solicitar água da Sanepar ou prefeitura no caso de falta de água;
· Não usar água de poço inundado, antes da desinfecção;
· Lavar e desinfetar utensílios e a caixa de água;
· Usar água sanitária de boa qualidade para tratar a água de beber e cozinhar;
· Não brincar ou nadar em lagos, cavas ou córregos nem nas águas de enchente;
· Evitar contato com água e lama, usando sempre botas e luvas de borracha, ou sacos plásticos amarrados nos pés e nos braços;
· Guardar os alimentos em lugares secos e dentro de recipientes fechados;
· Inutilizar alimentos naturais ou preparados assim como medicamentos que entraram em contato com a água da enchente;
· Manter os quintais sempre limpos, evitando acumular entulhos que favoreçam o esconderijo de ratos;
· Colocar o lixo em sacos plásticos e em recipientes tampados, para evitar a proliferação de ratos;
· Colocar telas nos ralos para evitar o acesso de roedores;
· Lavar a residência com água limpa e desinfetante, com o cuidado de utilizar botas ou sacos plásticos para proteger os pés.

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