Pediatras passarão a cobrar consultas em Londrina

Uma decisão polêmica põe mais lenha na fogueira na briga entre médicos e planos de saúde. Em Londrina, norte do Paraná, os pediatras vão começar a cobrar por consultas feitas por meio destes planos nos pronto-socorros a partir do próximo domingo. A medida pode se estender também para todo o Paraná.

Uma assembleia que será realizada no dia 5 de agosto, em Curitiba, com a participação da Sociedade Paranaense de Pediatria (SPP) e da Associação Médica do Paraná (AMP), vai decidir se os pediatras de todo o Estado irão adotar o mesmo conceito.

De acordo com o membro de defesa profissional da SPP, Álvaro Luiz de Oliveira, o motivo de querer cobrar pelas consultas deve-se ao longo período em que as operadoras de planos de saúde não reajustam os valores a serem recebidos pelos médicos.

“Houve uma negociação na Agência Nacional da Saúde Suplementar (ANS) junto com representantes das operadoras de planos de saúde há algum tempo. Na ocasião houve um acordo, porém ele não foi cumprido. Estamos há pelo menos uns seis anos sem correção nos valores. Esse movimento não é exclusivo do Paraná, mas sim de todo o Brasil. Queremos mostrar nossa insatisfação com relação a isso”, explica.

O pediatra conta que ficou acordado, junto a ANS, o valor de R$ 80 a consulta. Para que a população não seja prejudicada, Oliveira informa que todos os pediatras irão emitir recibo.

“Com o recibo em mãos, o cidadão pode ir até a sua operadora e pedir o reembolso”, afirma. Ele diz ainda que muitos pediatras estão fechando os consultórios devido aos baixos valores que recebem dos planos. “Com exceção de algumas poucas operadoras, a maioria paga muito mal a gente. Algumas nos repassam R$ 26, por exemplo. Levando em conta que precisamos pagar pelo aluguel da sala, pagar salários, impostos, etc., estamos vivendo uma situação em que estamos pagando para trabalhar, o que a gente considera um absurdo”, avalia.

A medida encontrou apoio junto a AMP. O presidente da associação, José Fernando Macedo, acredita que esta atitude vai beneficiar a classe. “Embora seja algo deles, nós os parabenizamos por defender os seus interesses. Enquanto isso, vamos tentando negociar com as operadoras”, diz. A reportagem de O Estado do Paraná entrou em contato com a ANS, mas não obteve retorno.

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